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Notícias / Estados Unidos

'Biden traidor': Carta sobre ex-presidente americano estava nos arquivos de JFK?

Com a divulgação de arquivos sobre o caso Kennedy, circulou nas redes uma suposta carta escrita por JFK Jr. chamando Biden de 'traidor'; entenda!

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 20/03/2025, às 12h30

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Os ex-presidentes americanos John Fitzgerald Kennedy e Joe Biden - Domínio Público e Getty Images
Os ex-presidentes americanos John Fitzgerald Kennedy e Joe Biden - Domínio Público e Getty Images

Nesta semana, o governo de Donald Trump divulgou milhares de páginas relacionadas às investigações sobre o assassinato do ex-presidente John F. Kennedy em 22 de novembro de 1963. 

Com isso, passou a circular uma carta de 1994, destinada ao então senador Joe Biden, que o descreveu como um "traidor". A missiva teria sido assinada por "John F. Kennedy Jr.". Mas o que há de verdade nessa história?

O contexto

O assassinato de JFK é um dos crimes mais conhecidos da história americana. Posteriormente, a polêmica Comissão Warren concluiu que o assassino, Lee Harvey Oswald, agiu sozinho — embora várias teorias alegando uma conspiração mais ampla tenham permanecido populares com o público americano.

Nesta semana, com a divulgação dos documentos, surgiu a suposta carta que viralizou nas redes sociais, principalmente no X (antigo Twitter), impulsionada pelo compartilhamento de críticos de Biden.

Os comentários incluíam um relatório do Federal Bureau of Investigation sobre uma carta manuscrita datada de 26/08/1994, que foi enviada ao então senador Biden, repercute a NewsWeek. 

A carta começava com "Caro senador Biden: Você é um traidor..." e teria sido assinada por John F. Kennedy Jr., filho do falecido presidente que morreu em um acidente de avião em 1999.

O comentarista cristão Russell Brand compartilhou a carta no X, escrevendo: "ESPERE!! JFK Jr. nos avisou que Joe Biden era um traidor da América antes de ser morto!?". A publicação atingiu mais de 2,9 milhões de visualizações.

David J. Harris Jr., apresentador do canal conservador Newsmax, também compartilhou a carta no X, escrevendo: "NOVO: JFK Jr. chamou Joe Biden de 'traidor' em 1994. Joe era senador na época, décadas antes de Joe Biden se tornar presidente e comprometer a segurança nacional dos EUA ao ajudar membros da família que vendiam influência estrangeira."

Apesar das publicações, a suposta carta endereçada à Biden já era de domínio público. O Lead Stories relatou que o documento havia sido divulgado em resposta a uma solicitação anterior do Freedom of Information Act — e fora compartilhado nas redes sociais em 2020.

Lead Stories observou que, embora a carta tenha sido assinada "John F. Kennedy Jr.", não há indicação de que ele era o autor real da missiva. O FBI investigou a carta, mas o caso foi encerrado em dezembro de 1994, com a agência observando que "embora impressões digitais latentes tenham sido reveladas pelo laboratório, não há suspeitos neste momento em que comparações latentes possam ser feitas."

O FBI descreveu o autor como "anônimo" em sua documentação, indicando que não acreditava que Kennedy Jr. fosse o verdadeiro autor.

Segundo o Yahoo, a suposta carta que circula nas redes também deixa de fora um detalhe importante: uma ameaça de morte contra Biden. "Você deve morrer", diz um trecho da mensagem. A ocultação serviria para alimentar uma teoria de que Biden conspirava contra JFK Jr.

A divulgação dos documentos

Por fim, é importante ressaltar que a carta não poderia fazer parte das investigações sobre a morte de Kennedy por um simples motivo: ela não possui nenhuma relação sequer com o assassinato do ex-presidente

Na maior parte, os historiadores estão trabalhando em uma massa de novos documentos digitalizados, procurando por informações não divulgadas anteriormente. Mas os dados são arquivados por intervalos de datas. Os arquivos relacionados à Comissão Warren datam, em sua maioria, de 1954 a 1965.

Ainda assim, vale pontuar que entre 1992 e 1998 foram coletados arquivos de uma sessão executiva sobre o caso, mas eles incluem apenas informações referentes aos anos de 1963 e 1964. Outro conjunto de gravações sonoras datado de 1996 cobre dados de 1966-68. Inclui gravações de TV e entrevistas. Biden só se tornou senador em 1972.