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Trump liberou os documentos secretos sobre a morte de John F. Kennedy. E aí?

Nesta semana, governo Trump liberou conjunto de documentos relacionados ao assassinato de John F. Kennedy, mas o quê eles revelam?

Vítor Soares, professor de História Publicado em 20/03/2025, às 10h58 - Atualizado em 21/03/2025, às 08h25

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John Kennedy, ex-presidente dos EUA - Getty Images
John Kennedy, ex-presidente dos EUA - Getty Images

Na última terça-feira, 18 de março, o governo dos Estados Unidos liberou um vasto conjunto de documentos relacionados ao assassinato de John F. Kennedy, ocorrido em 1963.

A medida, ordenada pelo presidente Donald Trump, gerou grande expectativa entre historiadores e entusiastas de teorias da conspiração, mas também levantou questionamentos sobre a real extensão das novas informações reveladas.

Mas o que foi liberado?

Ao todo, foram divulgadas cerca de 63.000 páginas em mais de 2.100 arquivos, somando-se a um acervo já existente de mais de 6 milhões de documentos relacionados ao caso.

No entanto, especialistas apontam que grande parte das informações já havia sido liberada anteriormente, embora com algumas edições para proteger dados confidenciais.

A principal expectativa era de que essa nova leva de arquivos trouxesse revelações impactantes que pudessem modificar o entendimento do caso. No entanto, até o momento, nada encontrado altera a conclusão da Comissão Warren, que investigou o assassinato na época e determinou que Lee Harvey Oswald agiu sozinho.

Uma das grandes críticas à liberação dos documentos é a falta de ferramentas eficientes para pesquisa. Muitas páginas apresentam qualidade de digitalização ruim e não estão organizadas de forma que permita buscas rápidas.

A Mary Ferrell Foundation, instituição especializada em tornar documentos históricos acessíveis, anunciou que está trabalhando para criar versões pesquisáveis dos arquivos, facilitando a análise para estudiosos e pesquisadores.

O historiador Jefferson Morley destacou que, embora a liberação represente um avanço na transparência, muitos arquivos cruciais ainda permanecem classificados. Segundo ele, "a superclassificação de informações triviais foi reduzida, mas ainda faltam documentos importantes, como arquivos recentemente descobertos pelo FBI e cerca de 500 registros do Internal Revenue Service (IRS)".

Um dos pontos que chamaram atenção nos documentos liberados foi a menção ao Brasil no contexto da Guerra Fria. Relatórios da CIA revelam que, em agosto de 1961, Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, rejeitou apoio material de China e Cuba por temer represálias dos Estados Unidos.

Outro documento de julho de 1964 detalha como o governo cubano tentou influenciar revoluções na América Latina, considerando a deposição de Jango uma "dura derrota" para Havana. O material também aponta que Cuba continuou financiando grupos revolucionários no Brasil, Chile e Argentina nos anos seguintes.

A liberação dos documentos sobre o assassinato de JFK é um marco na transparência governamental, mas está longe de responder todas as questões. Apesar do vasto volume de informações, nada foi encontrado que altere significativamente a narrativa oficial sobre o caso. Além disso, a dificuldade de acesso e a continuação do sigilo sobre parte dos documentos ainda frustram aqueles que esperavam uma verdadeira revolução na história do assassinato de Kennedy.

Resta agora aguardar as próximas etapas de liberação e torcer para que, no futuro, um quadro mais completo desse mistério histórico possa finalmente ser revelado.