Detalhes da perseguição foram protocolados por Richard Gadd em processo movido por Fiona Harvey contra a Netflix; entenda!
Estrela e criador de 'Bebê Rena', Richard Gadd detalhou a 'exaustiva e extremamente perturbadora' perseguição que teria inspirado a produção de sucesso da Netflix — que agora está sendo processada por Fiona Harvey, retratada como Martha na série.
+ Bebê Rena: Veja 5 revelações da Martha da vida real em entrevista
Na última segunda-feira, 29, em documento de 21 páginas protocolado em um tribunal da Califórnia — que justamente julga a petição judicial movida contra a plataforma de streaming —, Gadd descreveu os anos de "perseguição, assédio, abuso e ameaças" que sofreu entre 2014 e 2017.
Conforme recorda o The Guardian, Harvey entrou em processo conta a plataforma de streaming em junho deste ano, pedindo uma indenização de 170 mil dólares (cerca de R$ 960 mil) por difamação, danos morais e compensatórios por "angústia mental, perda de prazer e perda de negócios", e por violações de seu direito de publicidade; visto que a Netflix anunciou 'Bebê Rena' como "uma história real".
Embora Fiona Harvey não tenha sido apontada na série com seu nome verdadeiro, ela se identificou publicamente como a inspiração por trás de Martha Scott, que persegue o personagem de Gadd.
A mulher negou ser uma stalker ou que tenha enviado a Gadd 41.000 e-mails, centenas de mensagens de voz e cartas — apontando que enviou apenas algumas mensagens de correio eletrônico ou directs pelo X (antigo Twitter).
No processo judicial, conforme repercutido pelo Guardian, Gadd descreve 'Bebê Rena' como uma "releitura ficcional da minha jornada emocional por meio de diversas experiências reais extremamente traumáticas".
"A série é uma obra dramática", aponta. "Não é um documentário ou uma tentativa de realismo. Embora a série seja baseada na minha vida e em eventos da vida real e seja, em sua essência, emocionalmente verdadeira, não é um relato passo a passo dos eventos e emoções que experimentei conforme eles aconteceram. É ficcional e não pretende retratar fatos reais".
A trama foi baseada em uma produção teatral que Richard Gadd apresentou em um festival em 2019. "Embora essas produções teatrais fossem emocionalmente verdadeiras e baseadas em eventos reais da minha vida, elas dramatizaram pessoas, lugares, coisas e eventos para contar uma história", diz o ator no processo.
Eu não escrevi a série como uma representação de fatos reais sobre qualquer pessoa real, incluindo Fiona Harvey... Martha Scott não é Fiona Harvey".
Richard descreve ter conhecido a mulher enquanto trabalhava em um pub londrino, em 2014. E que, num primeiro momento, ela pareceu ser "inofensiva", mas que, logo, "frequentemente tentava me tocar de maneiras inapropriadas (e às vezes sexuais)" e ignorava seus pedidos para que ela parasse.
Depois de dois anos de assédio, na qual alega ter recebido "milhares de e-mails, centenas de mensagens de voz e uma série de cartas escritas à mão", que eram frequentemente "sexualmente explícitas, violentas" com "conteúdo depreciativo, discurso de ódio e ameaças", o ator afirma que denunciou Fiona à polícia em fevereiro de 2016.
"O efeito cumulativo de todas as ações de Harvey foi enorme", continua. "Foi exaustivo e extremamente perturbador lidar com suas constantes interações pessoais no pub, ela me seguindo por Londres, incluindo perto de onde eu morava, e suas comunicações implacáveis e profundamente desagradáveis".
Por fim, em 2016, Gadd aponta que os e-mails chegaram a parar por um tempo após Harvey ter recebido um 'Aviso de Assédio de Primeira Instância'. Porém, em agosto de 2017, ele alegou ter recebido uma carta escrita à mão dela com um par de calcinhas dentro.
No geral, foi um período incrivelmente estressante e preocupante", finalizou.
