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Notícias / Egito Antigo

Arqueólogos investigam “sopa de restos humanos” em vala comum no Egito

Três pequenos sarcófagos, além dos ossos de 50 pessoas, foram encontrados em antiga pedreira

Letícia Yazbek Publicado em 17/12/2018, às 14h13 - Atualizado em 18/12/2018, às 18h15

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Tumba encontrada em Gebel El-Silsila estava cheia de água - Projeto Gebel El-Silsila
Tumba encontrada em Gebel El-Silsila estava cheia de água - Projeto Gebel El-Silsila

No último dia 13 de dezembro, uma equipe de arqueólogos anunciou a descoberta de uma grande tumba egípcia preenchida com água, formada por duas câmaras, em uma antiga pedreira localizada em Gebel el-Silsila, no Alto Egito.

As duas câmaras, que abrigam de 50 a 60 esqueletos, foram inundadas pelas águas salgadas de uma nascente natural. Isso fez com que os restos mortais presentes nelas fossem misturados. Para examinar o conteúdo da tumba, os arqueólogos tiveram que remover parte da água por meio de bombas. Dessa forma, conseguiram se sentar na lama e procurar por ossos e artefatos.

“Estamos sentados em uma sopa, por assim dizer, de restos humanos”, afirma John Ward, diretor assistente da missão. “Não podemos enxergar o que está na água, então tudo é feito pelo toque”.

Sarcófago encontrado na tumba Projeto Gebel El-Silsila

Os especialistas acreditam que a tumba foi construída há cerca de 3.550 anos. Ela foi escavada em um leito rochoso, no fundo de um poço de 5 metros de profundidade. Por enquanto, os arqueólogos só conseguiram acessar a câmara principal – a segunda está cheia de detritos e sedimentos.

Na câmara principal, foram encontrados três pequenos sarcófagos, que continham os restos de duas crianças e um bebê. Também foram encontrados, espalhados pela tumba, os ossos de pelo menos outras 50 pessoas, a maioria adultas.

Uma análise dos restos encontrados revelou que muitos dos homens adultos mostram sinais de ossos quebrados e problemas nas costas – eles eram, provavelmente, trabalhadores das pedreiras. As mulheres e crianças foram consideradas membros das famílias desses homens, uma vez que as pedreiras de Gebel el-Silsila eram habitadas por comunidades prósperas.