Segundo as autoridades da Patagônia, outros produtores também passaram pela mesma situação, embora tenham sofrido menos perdas
Publicado em 15/08/2024, às 16h49
Nas últimas semanas, o produtor de ovinos Sergio Poklepovic, de 56 anos, chamou atenção. Devido às fortes nevascas que atingiram a Patagônia, o residente de Río Chico, no sul da Argentina, perdeu mais de 2 mil ovelhas em decorrência do frio.
Durante a tempestade, Poklepovic entrou em contato com as associações rurais locais para solicitar ajuda no resgate do rebanho que estava preso. Apesar da assistência oficial recebida, não foi possível evitar a tragédia. Os cordeiros, carneiros e ovelhas que morreram tinham aproximadamente nove meses de lã e ainda não haviam sido tosquiados.
"As ajudas chegaram tarde, quando os animais já estavam mortos", observou. Em sua propriedade de mais de 20.000 hectares, chamada La Perseverancia, havia cerca de 5.500 ovelhas; desse total, ele perdeu mais de 2.000, o que representa 36,4% do rebanho.
“São muitos hectares para percorrer. Eu sabia que havia animais cobertos pela neve que não conseguimos ver quando fizemos o percurso para protegê-los. Ainda não tenho o número exato de quantos perdi; vou saber em setembro, quando tosquiarmos. As perdas são muito significativas”, disse ele, que também mencionou que há outra propriedade onde os animais morreram, mas não sabe o número concreto.
Conforme repercutido pelo jornal O Globo, outros produtores da região também sofreram perdas, embora não saibam os números exatos. “Foi tanta a quantidade de neve que caiu, e durou muito tempo. É difícil chegar a um número significativo de rebanho, porque há muitos problemas com pumas, raposas, e roubo de gado. É difícil produzir. Eu gosto do meu trabalho, mas é duro.”, acrescentou Poklepovic.
Em média, as ovelhas têm um valor entre $80.000 e $100.000, dependendo de seu estado, se estão prenhas ou têm 10 ou 11 meses de lã. “É uma perda significativa. É uma fortuna! É muito dinheiro! Estou preparado para perdas, mas isso é além do meu limite… O que se pode fazer?”, desabafou.
A propriedade é um legado familiar e, como em situações anteriores, ele espera que o mesmo aconteça agora. “É muito difícil, mas faço isso porque gosto. Tudo é um sacrifício. Trabalho o ano todo para isso, me dedico intensamente e vivo disso”, concluiu.
