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Notícias / Gal Costa

Após negar exumação de Gal Costa, Justiça abre investigação da causa de morte

A defesa do filho da cantora comemorou a decisão, enquanto a advogada de Wilma Petrillo, viúva de Gal, diz que as alegações são “graves”

Redação Publicado em 10/04/2024, às 14h57

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A cantora Gal Costa - Foto por Teca Lamboglia pelo Wikimedia Commons
A cantora Gal Costa - Foto por Teca Lamboglia pelo Wikimedia Commons

A Justiça rejeitou o pedido de exumação dos restos mortais da cantora Gal Costa, porém ordenou uma investigação das circunstâncias de sua morte para verificar se houve algum crime. Gabriel Penna Burgos Costa, filho de Gal, havia solicitado a exumação devido a uma “dúvida razoável” sobre a causa de falecimento da mãe.

O documento judicial assinado pela juíza Leticia de Assis Bruning, divulgado pelo jornal O Globo, afirma que o “pedido extrapola a esfera administrativa e registral de atuação deste Juízo, pois a questão trazida pelo requerente não é apenas registral, mas também notícia-crime”.

Ainda segundo a juíza, não cabe à 2ª Vara de Recursos Públicos, onde atua, “determinar a exumação para fins de prova em processo criminal”, pois “os fatos narrados sugerem prática de crime de delito em face da Sra. Gal Maria da Graça Penna Burgos Costa”.

A decisão judicial também aponta que o prazo mínimo para a exumação é de três anos, e que o procedimento só é feito antes de “casos de interesse público comprovado, bem como nos pedidos de autoridade judicial ou policial para instruir inquéritos”. Contudo, “não há investigação instaurada, tampouco elementos de informação já colhidos a respaldar urgente exumação dos restos mortais da falecida”.

A juíza então ordenou que o processo fosse encaminhado à polícia, através da Central de Inquéritos Policiais e Processos (CIPP), para “apuração dos fatos narrados por Gabriel Penna Burgos Costa”.

Pedido de exumação

No requerimento de exumação, Gabriel declara que, na madrugada da morte de Gal, ele foi chamado ao quarto da mãe por Wilma Petrillo, reconhecida pela Justiça como viúva, e encontrou a cantora sem vida no chão. Segundo o texto, naquele momento, “percebia-se uma espuma” na boca de Gal. A saúde da cantora baiana no dia anterior ao seu falecimento é descrita como “regular, cotidiana e normal”.

“A situação se faz de tal modo misteriosa”, afirma o pedido, queGabriel “se pergunta como veio a falecer sua mãe”, pois a morte da mãe ocorreu “subitamente”, “sem testemunhas que descrevessem como e por que se deu a passagem”.

O documento também levanta questionamentos sobre o atestado de óbito de Gal, que por decisão de Wilma e “a contragosto de amigos e familiares”, não foi conduzida uma autópsia. No atestado de óbito, é listada como causa da morte “infarto agudo do miocárdio, neoplasia maligna de cabeça e pescoço”.

A petição do filho da cantora, no entanto, alega que a causa da morte é “incógnita, pairando dúvida razoável sobre as circunstâncias em que se deu o fim de sua existência”.

Respostas

Gabriel também deseja transferir os restos mortais da mãe de São Paulo, onde ela foi sepultada por escolha de Wilma, para o Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, onde Gal havia comprado um jazigo e onde sua mãe está enterrada. A petição diz que a decisão de Wilma de enterrar a cantora baiana em São Paulo “causa perplexidade a todos, quiçá suspeitas”.

Sua família e seus fãs têm o direito de saber a verdade dos fatos. Cabe lembrar que o Samu já emitiu nota dizendo que não atestou a causa da morte, cabendo à médica que assina o óbito esclarecer as circunstâncias que a levaram a declarar ‘infarto agudo do miocárdio’ e ‘linfoma de pescoço e cabeça’. Cabe, ainda, esclarecer porque o corpo não se submeteu ao exame de autópsia”, diz a nota enviada pela defesa de Gabriel ao jornal O Globo.

“Caberá à autoridade policial investigar são as razões pela qual Wilma Petrillo segregou o corpo de Gal Costa em cemitério na capital paulista. Wilma não desconhecia a vontade de Gal Costa de ser sepultada com a sua mãe, Mariah, em jazigo por ela adquirido no Rio de Janeiro”, continua o comunicado.

Em resposta, a advogada de Wilma, Vanessa Bispo, disse que “as acusações de Gabriel são graves e têm que ser provadas”.

A maior interessada na investigação é Wilma. Ela não tem dúvidas sobre a causa da morte de Gal. Gabriel não sabia que ela estava doente porque as duas quiseram poupá-lo. Boletins médicos do Hospital Albert Einstein comprovam todo o tratamento da doença que levou à morte de Gal.”, afirmou Vanessa ao GLOBO.