Em razão do boicote sofrido, o músico Roger Waters irá permanecer hospedado em São Paulo durante sua turnê na América do Sul
Na última semana, quando o músico Roger Waters realizou uma série de shows no Brasil como parte de sua turnê “This Is Not a Drill”, ele não esperava passar tanto tempo no país. Acusado de “antissemitismo”, o ex-vocalista do Pink Floyd sofreu um boicote e foi rejeitado de hotéis na Argentina e no Uruguai, onde irá se apresentar na próxima semana.
Ao ficar sabendo da situação acerca de sua hospedagem, o artista afirmou ao jornal argentino Pagina 12 que permanecerá em São Paulo, conforme repercutido pelo portal O Globo.
De alguma forma, esses idiotas do lobby israelense conseguiram cooptar todos os hotéis em Buenos Aires e Montevidéu e organizaram esse boicote extraordinário baseado em mentiras maliciosas sobre mim. Não tive um único pensamento anti-semita em toda a minha vida”, afirmou Waters, que também apontou que sua crítica foi às ações do governo israelense.
Contudo, uma queixa formal foi registrada contra o músico no tribunal federal da Argentina pelo advogado Carlos Broitman, que acredita que a turnê do músico serviu como um meio para ele “espalhar a sua mensagem de ódio e incitar ou agravar o antissemitismo”. É importante ressaltar que a Argentina possui a maior população judaica da América Latina, somando cerca de 250 pessoas.
Já no Uruguai, Roby Schindler e Franklin Rosenfeld, presidentes do Comitê Central Israelita e da ONG judaica B'Nai B'Rith, respectivamente, afirmaram que Waters é um “propagador” do ódio judaico. Schindler acusou Waters de ser “misógino, xenófobo e antissemita”, enquanto Rosenfeld ameaçou uma campanha anti-Sofitel, caso qualquer hotel recebesse o “artista antissemita”.
O roqueiro, que nasceu na Grã-Bretanha, mas reside em Nova York defendeu um boicote cultural a Israel, além de questionar a veracidade das informações divulgadas pelo país sobre o ataque de 7 de outubro do grupo extremista Hamas.
O ex-Pink Floyd, hoje com 80 anos, disse se manifestar contra o fascismo, mas foi acusado pelo Departamento de Estado americano de lançar mão de “tropos antissemitas para difamar o povo judeu”.