A descoberta, anunciada nesta segunda-feira, 7 foi feita na cidade de Tikal, uma importante cidade-estado maia; saiba mais!
Arqueólogos descobriram um altar de Teotihuacan no Parque Nacional de Tikal, na Guatemala, o que lança nova luz sobre as relações entre as antigas civilizações maia e teotihuacana.
A descoberta, anunciada nesta segunda-feira, 7, pelo Ministério da Cultura e Esportes da Guatemala, foi feita na cidade de Tikal, uma importante cidade-estado maia que, por séculos, travou batalhas com a dinastia Kaanul pelo controle do mundo maia.
Teotihuacan, localizada no atual México, perto da Cidade do México, é famosa por seus imponentes Templos do Sol e da Lua.
Durante seu apogeu, entre 100 a.C. e 750 d.C., a cidade era um dos maiores centros urbanos do mundo, abrigando mais de 100.000 habitantes e cobrindo uma área de cerca de 20 quilômetros quadrados. No entanto, foi abandonada antes da ascensão dos astecas no século 14.
Lorena Paiz, a arqueóloga responsável pela descoberta, explicou ao The Independent que o altar encontrado em Tikal provavelmente era usado para rituais de sacrifício, especialmente de crianças.
"Os restos mortais de três crianças com menos de quatro anos foram encontrados em três lados do altar", disse Paiz ao jornal. A descoberta foi o resultado de um ano e meio de escavações e análises.
Paiz também comentou sobre o comércio de Teotihuacan com outras regiões da Guatemala:
Os teotihuacanos eram comerciantes que viajavam por todo o país. As residências teotihuacanas eram compostas por várias divisões, com um altar central, como o encontrado nesta residência, onde havia uma figura representando a Deusa da Tempestade".
Edwin Román, líder do Projeto Arqueológico de Tikal do Sul, destacou ao jornal britânico que a descoberta oferece novas evidências sobre a interação sociopolítica e cultural entre os maias de Tikal e a elite de Teotihuacan entre 300 e 500 d.C.
Ele afirmou que isso reforça a ideia de que Tikal era um centro cosmopolita da época, um local de encontro de diferentes culturas, o que evidenciava sua importância como um ponto de convergência cultural.
María Belén Méndez, arqueóloga que não participou da pesquisa, comentou ao The Independent que a descoberta confirma a interconexão entre as duas culturas, especialmente no que se refere às suas práticas religiosas e rituais.
"Ambas as civilizações praticavam o sacrifício como uma forma de se conectar com os deuses e os corpos celestes. Não era violência, mas uma maneira de se aproximar das divindades", afirmou Méndez.
O altar descoberto tem cerca de um metro de largura de leste a oeste, quase dois metros de norte a sul e aproximadamente um metro de altura. Ele é coberto com calcário e, por sua estrutura, remonta à grandeza das interações culturais que marcaram a história de Tikal e Teotihuacan.