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Notícias / Arqueologia

Mensagens secretas são descobertas em obelisco egípcio de Paris

O egiptólogo Jean-Guillaume Olette-Pelletier afirmou a um periódico científico ter identificado sete mensagens ocultas até então desconhecidas

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 23/04/2025, às 17h40 - Atualizado em 26/04/2025, às 11h33

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Inscrições do Obelisco de Luxor, em Paris - J. G. Olette-Pelletier
Inscrições do Obelisco de Luxor, em Paris - J. G. Olette-Pelletier

Por quase 200 anos, o centro de Paris foi lar de um tesouro milenar da antiga civilização egípcia: o Obelisco de Luxor. Erguido na imponente Place de la Concorde, no 8º arrondissement, esse monumento de granito vermelho tem mais de 3 mil anos e foi esculpido sob o reinado de Ramsés II, por volta de 1250 a.C.

O obelisco foi presenteado à França no século 19 e transportado do Egito em um navio especialmente construído no início da década de 1830. Em 1836, ele foi instalado por ordem do rei Louis-Philippe no coração da praça parisiense, onde hoje se destaca com uma pirâmide dourada no topo — um adorno acrescentado pelos franceses nos anos 1990.

Por décadas, estudiosos acreditaram que os hieróglifos gravados nos quatro lados do monumento estavam completamente traduzidos. No entanto, uma recente descoberta sugere que ainda havia segredos escondidos à vista de todos.

O egiptólogo Jean-Guillaume Olette-Pelletier, da Universidade Paris-Sorbonne, afirmou a um periódico científico ter identificado sete mensagens ocultas até então desconhecidas, revelando um novo capítulo na história do obelisco.

Especialista estudou as inscrições em Paris - J. G. Olette-Pelletier

Uma dessas frases enigmáticas diz: "Apazigue a força ka de Amon", fazendo referência ao deus egípcio do ar e à energia vital, por vezes destrutiva, que exigia oferendas constantes dos fiéis.

Novas mensagens

Olette-Pelletier foi o primeiro especialista, desde 1836, a ter acesso ao topo do obelisco, graças às obras de restauração que antecederam os Jogos Olímpicos de Paris de 2024. Durante a pandemia, ele aproveitou os andaimes instalados na estrutura para realizar medições e análises detalhadas dos relevos e inscrições.

Especialista em “cripto-hieróglifos” — mensagens secretas camufladas nas inscrições tradicionais — ele é um dos poucos no mundo capazes de decifrar esse tipo de linguagem, reservada a uma elite no Antigo Egito.

Eu percebi que o obelisco continha múltiplas camadas de escrita hieroglífica, acessíveis apenas a iniciados”, declarou à revista Sciences et Avenir.

Entre as descobertas está a face oeste do monumento, que originalmente era voltada para o Nilo e destinada à elite que chegava de barco. Essa face traz uma cena de Ramsés oferecendo dádivas ao deus Amon — uma clara demonstração de poder. Já o lado leste, voltado para o deserto, inclui sutis chifres de touro no cocar de Ramsés, formando a palavra "ka", símbolo da força vital divina.

Mais detalhes das inscrições do obelisco - J. G. Olette-Pelletier

Embora existam dois Obeliscos de Luxor — e o outro ainda esteja no Egito, em frente ao Templo de Luxor — eles não são totalmente idênticos. O exemplar egípcio, ligeiramente mais alto, pode conter segredos semelhantes, embora ainda não se saiba se também foi examinado por Olette-Pelletier.

Os detalhes completos das sete mensagens descobertas serão publicados em breve na revista especializada ENIM, do Centro de Egiptologia de Montpellier.