Os profissionais de saúde discordam do mais novo posicionamento pró-cloroquina do órgão
Em nota do Ministério da Saúde, o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Hélio Angotti Neto, expressou a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 e ainda questionou a segurança das vacinas contra a doença. Tal documento, então, passou a ser amplamente criticado por profissionais da saúde.
Foi assim que o patologista Paulo Saldiva, junto das profissionais Anna Sara Levin, Marisa Dolhnikoff, Berenice Mendonça, Linamara Batistella e Sandra Grisi, redigiu uma carta de repúdio a estas declarações do Ministério da Saúde, que reúne mais de 45 mil assinaturas de especialistas espalhados por todo o Brasil.
Segundo as informações divulgadas pelo Estadão, a carta é uma maneira de recusar as movimentações pela eficácia da cloroquina e defender o que inúmeros estudos e especialistas têm comprovado ao redor do mundo: a segurança das vacinas — possibilitando maior investimento na imunização brasileira.
Nos sentimos perplexos quando lemos a vasta lista de estultices apresentada pela nota técnica. É espantoso que o Ministério da Saúde recuse normas propostas elaboradas por um grupo de pesquisadores, convocados pelo próprio Ministério, criando uma situação sem precedentes em nosso País”, escrevem.
Com o aumento dos casos de Covid-19 no Brasil e o início da, amplamente debatida, vacinação infantil, diversas opiniões estão sendo ouvidas e compartilhadas pelas redes sociais. Portanto, esta nota do Ministério da Saúde, na visão dos apoiadores e autores da carta contrária ao posicionamento, coloca o tratamento do coronavírus em perigo.
Em conversa com o Estadão, Paulo Saldiva defendeu a carta de repúdio e expressou o que, em sua opinião, foi o maior absurdo no novo comunicado de posicionamento, assinado por Hélio Angotti Neto: o negacionismo das vacinas.
O maior absurdo não é só eles dizerem que a cloroquina funciona. Eles colocam em uma tabela, na página 24, que diz que as vacinas não têm evidência de segurança. E mais, as tratam em caráter experimental. Dizem que existem interesses econômicos (por trás das vacinas) e que da cloroquina não, por ser uma droga barata."