O professor dedicou sua carreira à investigação do genoma humano
No último mês de junho, faleceu aos 67 anos um dos maiores nomes dos estudos da neurogenética mundial: Stephen T. Warren. Ele foi presidente e fundador do Departamento de Genética Humana e professor da Emory University School of Medicine. Muita gente pode não o reconhecer de imediato pelo seu nome, mas seguramente seu trabalho deixará um legado valioso para as próximas gerações e por isso deve ser celebrado.
Nascido em Detroit no dia 30 de novembro de 1953, Stephen iniciou os estudos de genética humana quando ainda era estudante na Michigan State University, onde iniciou sua carreira como voluntário no laboratório de diagnóstico de genética clínica e, inclusive, conheceu Karen, que viria a se tornar sua esposa.
Em 1981, ele concluiu o PhD em genética humana, terminando também os trabalhos no laboratório de Richard Davidson na Universidade de Illinois em Chicago e no Laboratório Europeu de Biologia Molecular Heidelberg.
Em 1985, ele se tornou professor assistente na Emory University School of Medicine lecionando para alunos dos departamentos de Bioquímica e Pediatria (genética médica). Oito anos depois se tornou professor titular da instituição.
Durante toda sua carreira, Steve estudou a elucidação da base molecular da síndrome do X frágil (FXS), uma causa hereditária comum de deficiência intelectual e autismo, bem como distúrbios associados ao X frágil que resultam em insuficiência ovariana e início tardio de neurodegeneração. Steve conheceu esta síndrome no período em que estava estudando para obter o título de PhD.
Em 1991, seu trabalho colaborativo com David Nelson, C. Thomas Caskey e Ben Oostra levaram à descoberta do gene causal, FMR1. Os trabalhos de Steve a partir daí passaram a trazer uma visão nova para compreender o DNA humano. Vinte anos depois, ele também foi agraciado com o prêmio March of Dimes/Colonel Harland Sanders Award pelo conjunto de sua obra.
Steve não foi apenas um revolucionário para a ciência; pois além de um grande cientista também tinha um coração bom com quem estava ao seu lado. Ele ajudou a desenvolver as carreiras de seus estagiários e outros colegas enquanto fazia seus trabalhos. Não é à toa que os colegas reforçam o quanto ele era gentil, honesto, generoso, humilde e atencioso.
O que contribuiu para seu papel inspirador em nossa ciência e carreira. A visão crítica, as ideias e o incentivo de Steve sempre foram valorizados. “Tente isso ... não seria muito interessante ... talvez seja possível fazer isso ... correr riscos”, eram algumas de suas expressões que revelam o quanto ele era amável com todos a sua volta.
Steve deixa sua esposa, a Dra. Karen Warren, que ele conheceu na MSU há mais de 45 anos; e seu filho, Thomas Warren. Diversos estudos valiosos sobre autismo e efeitos no genoma humano, por exemplo, são hoje verdades absolutas graças a suas descobertas e deverão nortear as futuras pesquisas sobre o tema. Daí a dimensão de sua perda, ainda tão sentida por toda a comunidade científica.
PhD, neurocientista, mestre psicanalista, biólogo, historiador, antropólogo, com formações também em neuropsicologia, psicologia, neurolinguística, neuroplasticidade, inteligência artificial, neurociência aplicada à aprendizagem, filosofia, jornalismo e formação profissional em nutrição clínica - Diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, UniLogos; Membro da Federação Européia de Neurociências e da Sociedade Brasileira e Portuguesa de Neurociências. Universidades em destaque: Logos University International, UniLogos, Nova de Lisboa, Faveni, edX Harvard, Universidad de Madrid.