A decisão contraria estudos internacionais que alertam sobre efeito colateral do medicamento
Na manhã de hoje, 20, o Ministério da Saúde divulgou um protocolo referente ao uso da cloroquina no tratamento de pacientes com coronavírus, que estão sendo cuidados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O protocolo libera as substâncias cloroquina e hidroxicloroquina, agora em todos os casos, incluindo aqueles pacientes que demonstram apenas sintomas leves, anteriormente a recomendação era feita somente para casos graves.
Segundo o documento, a prescrição do remédio é feita pelo médico e o paciente que aceitar esse estilo de tratamento terá que assinar um termo de consciência dos efeitos colaterais do remédio — que podem chegar a causar arritmia cardíaca e morte.
O mesmo termo também cita a seguinte frase: “Não há, até o momento, estudos demonstrando melhora clínica dos pacientes com covid-19 quando tratados com hidroxicloroquina.”.
A medicação
O uso deste remédio é defendido pelo presidente do país, Jair Bolsonaro. A cloroquina foi o principal motivo do desentendimento de Bolsonaro com o com o ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, que deixou o ministério na semana passada. Atualmente, o Ministério da Saúde é comandado pelo general Eduardo Pazuello, de maneira interina.
Ao redor do mundo, algumas pesquisas foram realizadas para saber se a medicação seria adequada no tratamento da covid-19. A principal delas foi publicada neste mês pela revista científica Journal of the American Medical Association (Jama).
Os resultados reiteraram que o uso da cloroquina não reduz as mortalidades causadas pelo novo vírus. Para a realização da pesquisa foram analisados mais de 1.400 mil pacientes diagnosticados com coronavírus, em 25 diferentes hospitais, em Nova York, Estados Unidos.
Coronavírus no Brasil
Os números de contágio e mortalidade causados pelo vírus são alarmantes no Brasil. O país têm 271.885 mil casos confirmados de covid-19, com 17.983 mil mortos e 106.794 mil recuperados.