Pesquisadores do Instituto Pasteur localizaram a síndrome respiratória em duas amostras congeladas desde 2010, jogando luz sobre surgimento
Pela primeira vez, parentes do SARS-CoV-2, popularmente conhecido como novo coronavírus, foram encontrados fora do território chinês, de acordo com uma equipe de pesquisadores do Instituto Pasteur. O estudo conseguiu localizar duas amostras do SARS-CoV em morcegos congelados armazenados em laboratórios cambojanos e japoneses, como relatou a Nature.
O primo antecessor encontrado nos animais também causa uma síndrome respiratória aguda grave, inclusive sendo responsável por um surto de casos no início do século 21. A mutação do SARS-CoV para o SARS-CoV-2 era atribuída aos morcegos-ferradura, do gênero Rhinolophus — porém, há possibilidade da mutação ter sido causada pela transmissão de algum outro animal antes de chegar aos humanos.
O estudo visa entender a origem da disseminação da Covid-19 e em que momento a mutação da atual crise pandêmica foi desencadeada. O estudo, no entanto, não foi publicado, sendo noticiado apenas pelo periódico científico para enaltecer a importante descoberta. Os cientistas do Instituto Pasteur compreendem que os morcegos, capturados em 2010, ainda devem ser estudados para compreender o genoma das síndromes.
A dra. Veasna Duong é virologista da organização e responsável por liderar a pesquisa, enaltecendo à Nature que localizou um importante ponto de interesse. "Isso é o que estávamos procurando e nós o encontramos. [...] Foi emocionante e surpreendente ao mesmo tempo", concluiu a especialista.