Com a intervenção humana, doenças originárias de florestas, a Covid-19 e o ebola, podem ser disseminadas para fora das matas
Doenças provenientes de mutações genéticas de animais selvagens originaram diversas epidemias por todo mundo na história recente do planeta. A ligação do HIV e o ebola com os macacos; e o novo coronavírus com os morcegos externam a necessidade de manter a fauna saudável para que não haja uma intervenção nos sistemas do meio ambiente.
Em entrevista à AFP, o pesquisador do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Unicamp, David Lapola, explicou os perigos da degradação de áreas preservadas na floresta. De acordo com o cientista, “a Amazônia é um potão de vírus”, referindo-se à diversidade de mutações que podem ser disseminadas com o desequilíbrio ecológico.
Lapola é formado em ecologia e explica a necessidade de proteger a floresta e assegurar sua manutenção natural: “Primeiro a gente tem que atacar essa crise sanitária e todo o esforço tem que ir para isso (…) Mas é preocupante porque a gente está tendo um aumento muito expressivo agora, não sendo ainda a estação de desmatamento”.
Lapola acrescentou que, pela biodiversidade presente na Amazônia, a região pode ser “o maior repositório de coronavírus no mundo”, e por isso, é necessário refundar a relação da sociedade com as florestas: “É um processo muito complexo pra gente poder prever, é melhor usar o princípio da precaução e não testar muito a nossa sorte”.