No último domingo, 21, morte do revolucionário comunista e líder soviético Lenin completou 100 anos — e ainda assim, seu corpo segue muito bem preservado
Aqueles que visitam a Praça Vermelha, um dos pontos turísticos mais movimentados da Rússia, não conseguem não reparar em uma impressionante e monumental construção de mármore e granito em seu meio. A obra, no caso, é o Mausoléu de Lenin, onde é exposto o corpo do líder fundador da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS): Vladimir "Lenin".
Morto há 100 anos, Vladimir Ilyich Ulianov "Lenin" é um dos mais importantes nomes da História: ele liderou a Revolução Russa e, depois, fundou a URSS. Tamanha foi sua importância que, depois de sua morte, foi decidido que ele seria "mumificado", para preservar seus restos mortais e ele pudesse não só ser eternizado na História, como também existisse para sempre dentro de seu próprio mausoléu.
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No entanto, manter um corpo preservado é um desafio bastante considerável, ainda mais por tanto tempo. A princípio, foi cogitado congelá-lo, mas isso não seria suficiente para impedir a decomposição.
Por isso, a técnica utilizada para mantê-lo "novo" foi a do clássico embalsamamento, em que um líquido à base de formol, álcool, glicerina e outras substâncias é injetado em suas veias, para substituir o sangue, sendo isso repetido a cada 18 meses. Mas, quanto custa para manter a múmia de Lenin?
Conforme repercutido pela Folha de Pernambuco, em 2016 o governo russo emitiu um relatório sobre seus gastos em que, nele, chamou atenção o valor anual investido pelo Kremlin unicamente para a preservação e manutenção da múmia de Lenin.
Sendo o embalsamamento um procedimento complexo e bastante delicado, ainda mais se tratando de uma figura histórica tão importante, não era esperado que fosse barato; porém, a quantia de 13 milhões de rublos — cerca de R$ 650 mil, ou US$ 200 mil, na época — ao ano foi tão impressionante, que muito começou até a se questionar se o antigo líder soviético não deveria ser enterrado, e sua decomposição aceita.
No entanto, o atual presidente russo, Vladimir Putin, reforçou em 2019 que isso não aconteceria, no que dependesse de sua opinião: "Não devemos tocar nisso [enterro de Lenin] enquanto ainda houver pessoas que conectem suas vidas com isso, com as conquistas do passado, dos anos soviéticos."
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De qualquer forma, o recinto final de Lenin é um grande monumento em homenagem ao seu grande impacto na história. Segundo a agência de notícias Tass, repercutida pela AP, cerca de 450 mil pessoas visitam a múmia do líder soviético por ano.