O amor é um sentimento sem fim, indefinido, que produz uma avalanche de emoções diferentes, muitas vezes antagônicas. Saiba mais sobre os casais que entraram para a História
1. Adão e Eva
Numa sexta-feira, sexto dia da criação do mundo, Deus criou Adão e Eva à sua imagem e semelhança. Cercados de pureza e inocência, eles passaram a viver no Jardim do Éden. A ordem era clara: não poderiam comer o fruto proibido da árvore do conhecimento. Ou seja, nada de sexo. Como não conseguiram cumprir a promessa, acabaram
expulsos do Paraíso. E plantaram a semente do pecado. Por trás da irracionalidade da história está a expressão da moral e da culpa cristã que pairou sobre a relação entre homens e mulheres na Idade Média.
Era um plano de Deus que eles vivessem para sempre no Éden em estado divino de pureza? Por que Adão comeu a maçã mesmo tendo sido orientado a não comê-la? Houve falha na criação? Ou a ideia era criar um mundo no qual existisse o mal? Se eles tiveram dois filhos – e se Caim matou Abel –, como a espécie se perpetuou? Todas essas questões devem ter tirado o sono de teólogos ao longo dos tempos.
Em 1859, no entanto, Charles Darwin incluiu racionalidade e ciência na discussão ao afirmar que nunca houve o ato da Criação. Assim que soube da novidade, a mulher do bispo de Worcester, na Inglaterra, John Pepys, teria dito: “Só espero que não seja verdade, mas, se for, espero que ninguém fique sabendo”.
2. Sócrates e Alcibíades
Era noite de banquete na casa do poeta grego Agatão. O filósofo Sócrates tomou banho, vestiu sua melhor túnica e calçou sandálias, o que não era seu costume. No caminho, cruzou com Aristodemo. O amigo estranhou a indumentária do compatriota, a quem Sócrates explicou animado: “Estou vestido assim para ir bonito à casa de um homem bonito”.
Na festa, ele se encontrou com Fedro, Erixímaco, Pausânias e Aristófanes. Seu fã e amante, Alcebíades, apareceu tarde, já muito bêbado. Magnífico orador, político e guerreiro, ele era discípulo de Sócrates e nunca escondeu de ninguém a avassaladora paixão pelo professor.
Ao entrar no recinto, viu Sócrates dividindo o divã com o anfitrião e disparou aos berros: “Estou vendo que você faria qualquer coisa para sentar-se ao lado do homem mais bonito da festa”. Irritado, o filósofo teria rebatido: “Meu amor por esse menino só me trouxe problema. O ciúme dele não me deixa sequer olhar para outro homem”. O diálogo foi relatado por Platão na obra Symposium.
Alcebíades fez de tudo para conquistar o amor de Sócrates. Só que nem o jogo de sedução nem presentes ou escapadas furtivas para a cama do mestre fizeram o filósofo entregar o coração ao aprendiz.
3. Cleópatra e Marco Antônio
O caso de Cleópatra com Roma não chegou ao fim após o assassinato de Júlio César, em 44 a.C., com quem ela se casou para estreitar as relações entre o Egito e o grande Império. Logo a rainha colocou outro mandatário romano em sua cama: o general Marco Antônio, braço direito do ditador. O romance, ternizado por William Shakespeare na peça Antônio e Cleópatra, rendeu três filhos.
Quando o casal juntou as forças, Roma estava mergulhada na guerra civil e os candidatos a imperador buscavam no Egito um aliado. Marco Antônio, de olho no trono, aceitou as investidas de Cleópatra, que ofereceu ajuda financeira em troca de poder e apoio ao seu reinado. A aliança durou três anos.
Com as legiões de Marco Antônio e a riqueza de Cleópatra, o casal parecia invencível. Mas Marco Antônio, apesar da superioridade militar, foi derrotado na Batalha de Actium, na Grécia. Acuado no Egito, o homem se suicidou em 30 a.C. Depois, Cleópatra armou a própria morte, deixando-se picar por uma cobra. A morte da rainha é interpretada de maneiras diferentes. Os românticos veem em seu suicídio o gesto de uma Julieta de Shakespeare. Os éticos enxergam a solidariedade de Eva Braun nos últimos dias de Adolph Hitler e do Reich.
4. Pedro Abelardo e Heloísa de Argenteuil
Pedro Abelardo nasceu na Bretanha, em 1079, filho de um aristocrata francês. Apaixonado pelo saber, só teve uma saída: o clero. Aos 20 anos já estudava retórica e latim em Paris. Rapidamente ganhou fama, abriu uma escola e conquistou alunos de toda a Europa.
Abelardo era culto, eloquente e charmoso. Aos 40 anos, no entanto, a vida do professor – e religioso – mudou de rumo. Motivo: o amor. Ele conheceu Heloísa de Argenteuil, 23 anos mais jovem. A aventura amorosa acabou descoberta por um tio da moça, que passou a perseguir o casal.
Um dia, tomado de fúria, ele castrou Abelardo. A notícia espalhou-se. Envergonhado, o professor retirou-se para a Abadia de St. Denis e ordenou a Heloísa que se tornasse freira. O casal viveu separado por dez anos. Com o passar do tempo, porém, Abelardo retornou ao púlpito, tornando-se abade de St. Gildas de Rhuys, na Bretanha.
Acabou ajudando Heloísa quando o convento onde ela vivia quase foi fechado. Assim, Abelardo e Heloísa retomaram a troca frenética de cartas, interrompida pouco antes da morte dele, em 1142. Heloísa morreu 20 anos depois e seu corpo foi colocado no túmulo do amante. Os dois repousam no cemitério do Père Lachaise, em Paris.
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