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Curiosidades / O Preço da Verdade

O Preço da Verdade: Veja a história real por trás do filme

'O Preço da Verdade' acompanha um advogado que descobre um segredo sombrio envolvendo uma empresa química e a saúde de uma comunidade nos EUA

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 02/10/2024, às 17h00

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Robert Bilott interpretado por Mark Ruffalo em 'O Preço da Verdade' e na vida real - Reprodução/Focus Features / Getty Images
Robert Bilott interpretado por Mark Ruffalo em 'O Preço da Verdade' e na vida real - Reprodução/Focus Features / Getty Images

Na última quinta-feira, 26, chegou à Netflix o filme 'O Preço da Verdade - Dark Waters', que atualmente configura entre os 10 longas mais assistidos da plataforma de streaming pelos usuários. Neste thriller, dirigido por Todd Haynes e com Mark Ruffalo e Anne Hathaway no elenco, acompanhamos uma narrativa intensa envolvendo uma grande empresa química e a população de uma região nos Estados Unidos.

"Um advogado descobre um segredo sombrio que conecta um número crescente de mortes inexplicáveis a uma das maiores empresas do mundo. Enquanto tenta expor a verdade, ele se vê arriscando seu futuro, sua família e sua própria vida", descreve a sinopse.

Um detalhe que chama atenção ainda no trailer do filme é a mensagem de "inspirado em fatos reais", mesmo que esta seja uma história que demonstra tanta frieza e crueldade humana, com um enredo bastante intenso e revoltante. Visto isso, confira a seguir a verdadeira história por trás de 'O Preço da Verdade':

Verdadeira história

No filme, temos Mark Ruffalo dando vida ao protagonista, Robert Bilott. Este, por sua vez, é um verdadeiro advogado ambiental americano, que ficou conhecido principalmente pelos processos contra a DuPont em nome de pessoas afetadas por lixo despejado em comunidades rurais na Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos.

Na vida real, assim como mostra o filme, Bilott começa como um advogado que defende principalmente grandes empresas químicas. Porém, tudo mudou em 1998, quando um fazendeiro chamado Wilbur Tennant (Bill Camp) busca sua ajuda, após ter suas terras contaminadas pela gigante empresa química DuPont.

Ele então trocou de lado nos tribunais, e assim arriscou a própria carreira ao embarcar em um cerco que duraria décadas, contra uma das corporações mais poderosas dos EUA.

A princípio, ele trabalha apenas em nome de Tennant, mas eventualmente a ação se torna coletiva e representa cerca de 70 mil pessoas, todas residentes de uma área próxima de uma fábrica de produtos químicos que, após investigações, provou-se ter contaminado a água potável da região com PFOA, um produto tóxico utilizado na produção de teflon. Sob exposição prolongada desse produto, várias pessoas apresentaram sinais de doenças, incluindo alguns casos de câncer.

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Mark Ruffalo como Robert Bilott em 'O Preço da Verdade' / Crédito: Reprodução/Focus Features

Avanço do processo

No entanto, indo além do que o filme mostra, o trabalho de Bilott continua longe de terminar. Há não muitos anos, em outubro de 2018, ele abriu um novo processo contra várias outras empresas, que ainda contaminavam regiões com outros produtos semelhantes ao PFOA, como o PFAS.

Os produtos PFAS, vale mencionar, são extremamente comuns, sendo utilizados em objetos como casacos impermeáveis ​​a cremes de barbear, além de poderem se infiltrar no abastecimento de água onde são eliminados. Estudos recentes, conforme repercute a revista Time, sugerem que o PFAS está no sangue de cerca de 99% dos americanos.

O que ouvimos mais uma vez das empresas que colocam esses produtos químicos no mercado, sabendo que eles iriam para o meio ambiente e para o nosso sangue, é que não há evidências suficientes para mostrar que eles apresentam riscos para os seres humanos expostos", explica Billot em sua denúncia, ainda segundo a Time.

"Estas empresas vão sentar-se e dizer 'temos o direito de usá-los como cobaias', mas aqueles de vocês que estão expostos são, de alguma forma, aqueles que terão de provar o que estes [produtos químicos] lhes fazem", conclui o advogado.

Robert Bilott / Crédito: Getty Images

Em suma, o que o novo processo busca é forçar as empresas químicas a, em vez de indenizar monetariamente milhões de americanos contaminados com PFAS, é a financiar uma pesquisa em busca de respostas sobre o quanto esses produtos são danosos ou não à saúde da população. Para isso, várias das empresas químicas acusadas financiariam um painel científico independente, para estabelecer em definitivo os efeitos do PFAS na saúde.

Assista 'O Preço da Verdade - Dark Waters', já disponível na Netflix, e conheça parte da história de Robert Bilott!