Em meados de 1587, a ex-monarca foi julgada e condenada por conspirar contra a imponente Elizabeth I, Rainha da Inglaterra
Quando tinha apenas 6 anos de idade, Maria Stuart foi coroada como a Rainha da Escócia. Com uma monarca jovem demais para tomar decisões, no entanto, o país foi governado por outros nobres, até que a menina pudesse tomar as rédeas do trono.
Aos 18 anos, já apta para o cargo de regência, Maria foi prometida ao herdeiro do rei francês, como parte de uma aliança política. Um ano mais tarde, com a morte do jovem nobre, a rainha escocesa voltou para casa e reinou sozinha por um breve período.
Forçada a abdicar do poder, contudo, Maria procurou refúgio na Inglaterra, onde foi recebida pela prima poderosa, Elizabeth I, em 1568. Foi sob os cuidados questionáveis da rainha britânica que Maria passou seus últimos e amargos dias.
Recém-chegada
Logo que colocou seus pés na corte de Elizabeth I, a ex-monarca escocesa deixou de ser tratada como uma convidada de elite. Entre as paredes geladas do palácio inglês, então, ela passou a viver como uma prisioneira.
Tudo piorou quando a Conspiração de Ridolfi foi descoberta, em 1571. Na época, com a ajuda de tropas espanholas, um grupo de traidores planejava derrubar Elizabeth I do trono da Inglaterra e instaurar Maria em seu lugar.
A antiga rainha da Escócia, é claro, foi considerada culpada pela traição. Assim, Maria foi presa e levada até o Palácio de Tixall, para esperar por seu julgamento, em 11 de agosto de 1586. Se a vida da nobre já estava complicada antes, ela iria piorar.
Planos frustrados
Logo depois que Maria foi capturada e seus aposentos ficaram vazios, diversos documentos foram encontrados por agentes de Elizabeth I. Entre eles, cartas escritas a próprio punho deixavam clara uma tentativa de assassinato contra a rainha britânica.
Em outubro, o parlamento da Inglaterra, formado por 36 homens, se reuniu em um grande salão do Castelo de Fotheringhay, a fim de decidir o destino da nobre traidora. Posta de frente para o júri, Maria negou todas as acusações.
Nenhuma de suas falas ou pedidos, no entanto, surtiu efeito e a antiga herdeira do trono escocês foi condenada pela conspiração. Em 25 de outubro, sua sentença foi declarada: nada mais, nada menos do que a morte.
Laços de família
Assim que soube a decisão do parlamento, Elizabeth I relutou em ordenar a execução da prima. A monarca temia que a sentença gerasse consequências enormes, como uma união entre a Escócia e potências católicas que pudessem invadir a Inglaterra.
Sob pressão dos membros da nobreza, no entanto, a rainha acabou assinando o mandato de morte da própria prima, em 1 de fevereiro de 1587. Uma semana mais tarde, em sua prisão, Maria soube que seria executada.
A ex-monarca escocesa passou toda a noite do dia 7 de fevereiro rezando e distribuindo seus poucos pertences entre a criadagem. Antes de dormir, escreveu seu testamento, junto de uma carta, que deveria ser entregue ao Rei da França.
O alto de um palanque
Na manhã do dia 8 de fevereiro de 1587, um cadafalso foi erguido em um dos enormes salões do palácio britânico. Bem ao centro, um bloco de execução foi acompanhado por uma almofada — onde Maria se ajoelharia — e banquinhos para as testemunhas.
A multidão logo preencheu a sala para assistir aos últimos momentos da escocesa e, na frente de todos, Maria foi obrigada a ficar apenas de roupas íntimas. Já sobre a almofada, teve seus olhos vendados por uma de suas damas de companhia e concedeu perdão aos carrascos, que se ajoelharam diante dela.
Foram dois golpes na cabeça até que o carrasco finalmente conseguisse decapitar Maria, na terceira machadada. Para suas últimas palavras neste mundo, a monarca escolheu dizer: "Em tuas mãos, ó Senhor, entrego meu espírito".
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