Cartas e poesias escritas por Marilyn Monroe revelam quem é a verdadeira mulher por trás do sex symbol
"A boca me torna a mais triste, ao lado dos olhos mortos. Há uma linha escura entre os lábios no contorno de várias ondas de brisa numa tempestade turbulenta – ela diz não me beije, não me engane, sou uma dançarina que não sabe dançar.”.
Muitos podem imaginar que as palavras anteriores foram escritas por nomes famosos da literatura, no entanto, é possível se surpreender ao descobrir o verdadeiro autor, ou melhor, autora.
Esse trecho foi escrito por Marilyn Monroe, o nome que vem em mente ao escutar a palavra ‘Hollywood’.Atriz, modelo e cantora, Monroe foi muito mais do que a imagem criada pelos meios de comunicação, que sempre retratam uma mulher feliz e sensual.
Embora a História tente mostrar a estrela além de um produto midiático, o filme ‘Blonde’, de Andrew Dominik, lançado em 2022 e brevemente inspirado na artista, apenas ajudou a distorcer a imagem de Marilyn com sadomasoquismo e fetichismo para as novas gerações.
Por outro lado, são as próprias anotações de Marilyn que revelam um lado desconhecido do símbolo máximo de Hollywood.Norma Jeane Mortenson, nome de batismo da estrela, registrou seus pensamentos, poemas, cartas e até mesmo confissões em folhas e diários.
As palavras escritas por ela apresentam o lado sincero do ser humano que estava por trás dos holofotes: uma mulher melancólica, esperançosa, deprimida e confusa. Em vida, Monroe compartilhou alguns dos registros com amigos próximos, no entanto, o mundo só conheceria o material anos após a sua morte precoce, em 1962.
Isso porque todos os seus textos acabaram nas mãos de Lee Strasberg, amigo da artista. Quando ele morreu, em 1982, a herança passou para sua esposa, Anna Strasberg, cujo objetivo era dar uma finalidade ao material precioso da atriz. Hoje, é possível conhecer a verdadeira Marilyn por meio de ‘Fragmentos: Poemas, Anotações Íntimas e Cartas de Marilyn Monroe’, livro organizado por Bernard Comment e Stanley Buchtahl.
Além dos poemas, a obra também documenta a dor da atriz, que embora rodeada pelo público, se sentia constantemente sozinha: “Sozinha!!!! Eu estou sozinha. Eu estou sempre sozinha não importa o que aconteça”, escreveu ela.
É também por intermédio do livro que conhecemos algumas das intensas reflexões de Marilyn, que chegou a se casar três vezes: “Creio que sempre fui profundamente aterrorizada em ser a esposa de alguém porque sei desde sempre: um não consegue amar outro, nunca, realmente”.
As fascinantes cópias dos textos, prensadas nas páginas do livro, apresentam rasuras, que provam que a escrita serviu como uma maneira de Marilyn escapar da realidade que a aprisionou por anos – e terminou com o seu trágico fim.
A talentosa e carismática atriz faleceu aos 36 anos, após uma overdose de barbitúricos. O seu nome, entretanto, ainda é capaz de fascinar diferentes gerações.