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Notícias / Fossa das Marianas

Pesquisadores descobrem origem de som assustador vindo da Fossa das Marianas

Som peculiar vindo das profundezas da Fossa das Marianas foi explicado por pesquisadores após dez anos de mistério

por Giovanna Gomes
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Publicado em 20/09/2024, às 18h00

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Imagem ilustrativa - Imagem de Dimitris Vetsikas por Pixabay
Imagem ilustrativa - Imagem de Dimitris Vetsikas por Pixabay

Cientistas conseguiram, após uma década de mistério, identificar a origem de um som peculiar, apelidado de “biotwang”, que foi ouvido pela primeira vez nas profundezas da Fossa das Marianas, no oceano Pacífico, próximo às Filipinas.

O som, descrito como um grunhido seguido de um eco agudo e mecânico, intrigou os pesquisadores por anos. Agora, eles descobriram que o responsável é um grande animal marinho. A descoberta foi detalhada em um artigo publicado na revista Frontiers in Marine Science.

Identificar a origem de sons no oceano é um desafio, pois exige que o animal seja visto enquanto o ruído é captado. Segundo a oceanógrafa Ann Allen, da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA), isso demanda tempo, esforço e sorte.

Foi exatamente o que aconteceu com sua equipe, que, durante um estudo sobre baleias nas Ilhas Marianas, no Pacífico Norte, avistou baleias-de-Bryde (Balaenoptera edeni) em dez ocasiões diferentes. Em nove delas, o misterioso “biotwang” foi ouvido, confirmando a fonte do som.

A baleia-de-Bryde é rara e difícil de observar, o que torna complexo o estudo de seus comportamentos. De acordo com a revista Galileu, com a confirmação, os pesquisadores decidiram revisar o acervo de áudios subaquáticos coletados nos últimos dez anos. Contudo, essa tarefa era extremamente complicada, já que o banco de dados da NOAA continha mais de 200 mil horas de gravações.

Parceria com o Google

Foi então que uma parceria com o Google entrou em ação. A empresa utilizou ferramentas de inteligência artificial (IA) para transformar os sons em espectrogramas e treinar algoritmos capazes de identificar o "biotwang" em meio às gravações. Com a ajuda dessa tecnologia, os cientistas mapearam os locais e os períodos em que as baleias emitiram o som, revelando dados sobre seus padrões de migração.

Em 2016, por exemplo, durante o fenômeno El Niño, os pesquisadores notaram que muitos “biotwangs” foram registrados próximos ao Havaí, onde essas baleias costumam ir em busca de alimento em situações climáticas atípicas.

A expectativa é que, com o avanço dos modelos de IA, será possível rastrear os movimentos dessas baleias com mais precisão, ajudando na proteção da espécie e no entendimento de como as mudanças climáticas afetam o ecossistema marinho.