Primeira apresentação em 3D da história da TV, halftime sohw do Super Bowl teve show de mágico imitador de Elvis Presley; relembre!
Publicado em 02/02/2020, às 13h00 - Atualizado em 10/02/2023, às 14h06
No dia 22 de janeiro de 1989, o São Francisco 49ers venceu o Cincinnatti Bengals por 20 a 16 e se tornou campeão da National Footbal League no Super Bowl XXIII, no Joe Robbie Stadium, em Miami, na Flórida.
O jogo foi emocionante até o fim, decidido apenas nos momentos finais da partida com um passe bem-sucedido de Joe Montana — lendário quarterback dos 49ers e um dos maiores nomes de sua posição.
A partida proporcionou lances que ficaram semanas na cabeça de qualquer fã da bola oval. Entretanto, o único assunto que viralizou sobre o intervalo foi o insólito show de Elvis Presto.
Em uma das apresentações mais incomuns dos mais de 50 anos do evento, a NFL concordou que o halftime show fosse comandado por um mágico extravagante vestido de Elvis Presley e que realizaria “o maior truque de cartas do mundo”.
Se já não bastasse a mistura de elementos excêntricos na apresentação, a Coca-Cola e a NBC fizeram uma parceria para que o show fosse feito em 3D — a primeira transmissão em rede do tipo na história da TV. Assim, as duas empresas forçaram que todos os telespectadores que quisessem ver todos os detalhes do bizarro espetáculo comprassem um par de óculos descartáveis.
Essa maluca história iniciou-se três anos antes, em 1986, quando a NFL começou a solicitar propostas de empresas para a produção e planejamento dos shows de intervalos nos próximos anos.
A liga buscava algo inédito, números além dos padrões que eram propostos pela Disney e pela Paramount. Assim, eles ouviram muitas ideias, inclusive a de um homem chamado Dan Witkowski, um veterano ilusionista dono da MagicoCom.
“Basicamente, tínhamos as mesmas pessoas produzindo o show de intervalo no decorrer dos anos. Quando fizemos o Up with People pela segunda vez em 1986, decidimos que queríamos trazer diferentes produtores e ideias para o show do intervalo”, declarou Jim Steeg, vice-presidente sênior de eventos especiais da NFL entre 1979 a 2005, em entrevista ao Metal Floss.
A empresa de Witkowski venceu a licitação e veio a parte mais difícil: produzir um show diferente de qualquer coisa que já aconteceu em um intervalo do Super Bowl. Para isso, ele reuniu 2.000 dançarinos, contratou correógrafos e colocou a frente disso tudo um mágico e imitador do rei do rock chamado Elvis Presto.
O resultado final? Uma apresentação temática dos anos 50, com músicas de espetáculos da Broadway, motocicletas Harley Davidson, fogos de artifício, um truque de mágica e figurinos elaborados que deveriam dar a ele um visual mais contemporâneo.
Apesar de todas as inovações propostas, o uso dos óculos 3D não foi aceito pelo público, o que acabou contribuindo ainda mais com o desastre do show. Mas, apesar de toda essa experiência controversa, o momento rendeu boas lembranças para Witkowski.
“O destaque para mim foi que eu pude andar no carro Wienermobile [um famoso e exótico automóvel em forma de pão] da Oscar Meyer”, disse em entrevista para a For The Win.
Ainda espero receber a ligação de que estou na lista de indicados ao Emmy", diz em tom de brincadeira.
Apesar de todas as peculiaridades, a apresentação de Elvis Presto foi um dos pontos de partida para que a NFL repensasse seu formato de espetáculos, o que culminou com a memorável apresentação de Michael Jackson quatro anos depois — que revolucionou para sempre o halftime show do Super Bowl.