Utensílios de chumbo eram utilizados para adocicar vinhos. O metal também era usado na produção de canos que abasteciam as cidades
Novas pesquisas reveleram grandes concentrações de chumbo nos ossos de pessoas que viveram na região que hoje compreende a Londres, entre o primeiro e o terceiro século d.C. Na época, a região era ocupada pelo Império Romano.
O que supreendeu os pesquisadores foi a grande quantidade do metal identificado no sangue dos antigos romanos. Descobertas anteriores indicavam que mais da metade da população havia desenvolvido problemas decorrentes de intoxicação por chumbo.
Como consequência, teorias foram levantadas e relatavam infecções por armas, armaduras ou até mesmo joias, no entanto, a resposta que o novo estudo sugere é muito mais insólita.
O uso do metal foi amplamente utilizado como adocicante para vinhos. Isso porque os romanos utilizavam um processo de ebulição da bebida em chaleiras de chumbo, que automaticamente alteravam o gosto. Como o sabor era agradável, a prática viralizou no Império Romano. A situação piorou quando foi descoberta uma maneira de transformar o chamado “açúcar de chumbo” em cristais, assim como sal ou açúcar.
Além de transformar o sabor da bebida, o metal também passou a ser usado como matéria-prima na produção dos canos das cidades romanas, sendo diretamente responsável por grandes envenenamentos.
Alguns historiadores afirmam que a própria queda do Império Romano se deu por conta desses envenenamentos. O que não se sustenta fortemente, uma vez que os romanos chegaram a perceber os maus causados pelo uso do metal.
Columela, importante escritor romano, afirmava que o uso de canos feitos de barro trazia mais benefícios a saúde do que os feitos de chumbo. Entretanto, ele chegou a recomendar o xarope de chumbo como bom adocicante.
Entre os sintomas da intoxicação estão vômitos, dificuldade cognitiva, fadiga, irritação e perda do apetite.
Saiba mais sobre o Império Romano com as obras a seguir:
SPQR - Uma história da Roma antiga, Mary Beard (2017)
Declínio e queda do império romano, Edward Gibbon (2005)
Roma: A História de um Império, Greg Woolf (2017)
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