Sendo uma das mais famosas e controversas rainhas inglesas, ela é retratada em 'Sexo, Sangue & Realeza'
Disponibilizada na plataforma de streaming Netflix, a série 'Sexo, Sangue & Realeza' baseia-se livremente na trajetória de Ana Bolenaao longo de sua primeira temporada, chamando atenção pela ousadia da monarca britânica em meio a sua polêmica união com Henrique VIII.
Contudo, os relatos documentais sobre sua vida pessoal e pública chamam atenção pela forma como conduziu a Grã-Bretanha. Sabendo disso, o Aventuras na História separou alguns fatos sobre a trajetória da controversa rainha inglesa, com base em suas biografias.
Confira 10 curiosidades sobre Ana Bolena, retratada em nova série da Netflix:
Filha do diplomata Tomás Bolena, ela foi mandada, na infância, para a Bélgica. Posteriormente, foi para a residência dos Tudor em Paris, onde finalizou seus estudos, aprendendo o idioma e os maneirismos da corte francesa. Conta-se que algumas pessoas chegavam até a achar que ela era nativa de Paris.
Além de ser exímia dançarina, o interesse da rainha em música ia além: ela tocava o alaúde, instrumento de cordas parecido com o violão e que era bem difundido na Idade Média. Um livro com a inscrição dela está guardado na Royal College of Music em Londres, apesar de não se saber se realmente a pertencia.
Tomás Bolena e um primo, Sir Piers Butler, estavam disputando terras na Irlanda que pertenciam a um ancestral comum dos dois. Para acabar com a disputa, foi sugerido que Ana se casasse com James Butler, filho de Piers. A ideia estava florescendo e o próprio Henrique VIII (que, na época, tinha Mary, a irmã de Ana, como amante) já tinha aprovado a união, que acabou não se concretizando. Ela também teve um relacionamento com um homem chamado Henry Pierce.
Antes mesmo de conseguir a anulação de seu casamento, Henrique VIII já cortejava Ana Bolena, e muitas de suas cartas sobreviveram até hoje. Menos de quatro meses após sua coroação como rainha consorte em 1o de Junho de 1553, Elizabeth nasceu.
Os Bolena se apropriaram do falcão branco, presente no brasão da tradicional casa dos Butler. O poeta Nicholas Udall escreveu alguns versos comparando Ana Bolena à majestosa ave e a nova rainha resolveu usá-la como símbolo pessoal. Foi, inclusive, grafitado na Torre de Londres.
Na época, a Reforma Protestante estava inflamando a Europa. Na Inglaterra, ela se deu justamente pelo rompimento de Henrique VIII com Roma e o Papa. Ainda assim, as regras seguidas ainda eram as católicas, como a exclusividade das bíblias em latim. Ana Bolena foi favorável à tradução delas para o inglês, um pensamento reformista.
Além disso, ela e o marido providenciaram a soltura de Nicholas Bourbon, um professor e poeta francês preso por fazer críticas às teologias católicas vigentes como a adoração de santos. Como gratidão, ele foi para a Inglaterra educar o sobrinho da rainha.
Uma honra que ninguém gostaria de ter. Assim como Catherine de Aragão, ela não conseguiu dar ao rei o que ele mais queria: um herdeiro. Apenas três anos após o casamento que começou com tantas juras de amor, ela foi julgada e condenada por alta traição, adultério e incesto.
Os rumores, nunca comprovados, diziam que ela estava tendo um caso com o irmão, George. Ela foi decapitada em 19 de maio de 1536 e, em menos de um mês, o rei já estava casado novamente com Jane Seymour, que morreu no parto do seu primeiro (e único) filho homem, Edward VI. A esposa de número cinco, Catarina Howard, teve o mesmo infame destino que Ana Bolena.
Com toda a circunstância envolvida em sua ascensão ao trono, era natural que Ana Bolena fizesse alguns inimigos. Um deles, o católico Nicholas Sander, dava descrições detalhadas de como ela era horrível, chegando a dizer, inclusive, que tinha seis dedos na mão direita. É provável que fosse tudo um rumor espalhado pelo religioso, porque não se encontra mais nenhum outro relato disso entre os contemporâneos da rainha.
Único fruto do casamento,Elizabeth IIchegou ao trono de maneira conturbada após a morte do meio-irmão Edward. Ela se tornou uma das mais populares monarcas da história britânica, permanecendo no trono por mais de quatro décadas.
Nesse período, venceu a Invencível Armada espanhola, promoveu a exploração e as artes (Francis Drake, Shakespeare e Marlowesão todos desse período) e evitou diversas tramas para matá-la depois do Papa ter declarado que seu reinado era ilegítimo.
Depois que Ana Bolena foi executada, todas as imagens que a representavam foram destruídas, menos uma: uma medalha cunhada em 1534 que contém a efígie da rainha. Há suspeitas de que uma mulher não identificada num quadro do século 16 também seria ela, mas os cientistas, mesmo com o uso de softwares de reconhecimento facial, não quiseram determinar se é ou não por achar os dados inconclusivos.