Série revela como promessas de carreira levaram mulheres ao tráfico sexual em "Zona Divas", destacando o sofrimento e a luta pela sobrevivência
Redação Publicado em 05/09/2024, às 21h30
Sob a promessa de uma carreira como modelo, um grupo de mulheres foram enganadas e se tornaram vítimas de tráfico sexual na Cidade do México por intermédio de um site chamado Zona Divas. O caso se tornou ainda mais trágico com os assassinatos de quatro vítimas venezuelanas e uma argentina, todos relacionados ao tráfico, em circunstâncias ainda obscuras.
As histórias delas serão abordadas na série de quatro episódios “Caught in the Web: The Murders Behind Zona Divas”, que terá sua estreia global nesta quinta-feira, 5. A produtora executiva Laura Woldenberg comentou: “Todas eram mulheres de origens extremamente precárias.”
Ela acrescentou à AFP: “Naquela época, na Venezuela, havia escassez de alimentos e remédios. São mulheres que migraram para o México em busca de um futuro melhor.”
Woldenberg também explicou que o objetivo da série não é identificar culpados, mas sim prevenir futuros abusos e incentivar a reflexão entre os clientes desses serviços.
As diretoras do documentário, Astrid Rondero e Fernanda Valadez, viajaram à Argentina, Venezuela e Estados Unidos para entrevistar mulheres que conseguiram escapar da rede de tráfico, além de familiares das vítimas de assassinato.
Uma das entrevistadas, uma argentina chamada Brenda, recordou-se de ter se perguntado quem seria a próxima vítima. “Ninguém se importa. Eles apenas dizem, 'Oh, mais uma garota morreu!'”, afirma ela no documentário.
As vítimas do tráfico no caso Zona Divas eram, em sua maioria, sul-americanas sem autorizações de residência adequadas. “Elas eram duplamente vulneráveis como migrantes, especialmente por estarem envolvidas no trabalho sexual. Além disso, havia desconfiança nas autoridades mexicanas”, explicou Rondero.
A série também conta a história de sobrevivência de mulheres que conseguiram escapar das redes de tráfico sexual e transformar suas vidas. “Após muito esforço, elas conseguiram retomar o controle sobre seus corpos e seu próprio trabalho”, destacou Valadez.
