Em Cavalo de Guerra, o público confere a emocionante história de um jovem e um cavalo que são separados após a eclosão da Primeira Guerra Mundial
Filho do fazendeiro e ex-combatente de guerra Ted, o jovem Albert Narracott recebe a missão de treinar um cavalo chamado Joey. Assim, desenvolve uma forte conexão com o animal.
No entanto, ele vê tudo ameaçado com o início da Primeira Guerra Mundial. Joey é vendido para a Cavalaria do Exército e vai atuar no combate. Desesperado, Albert decide resgatar o seu companheiro.
Esta é a sinopse do filme Cavalo de Guerra. Lançado em 2012, o longa será exibido pela TV Globo nesta segunda-feira, 19, na Sessão da Tarde. Se baseando em um dos maiores conflitos da História, muitos podem se perguntar se a história retratada é verdadeira.
A verdade, repercute o Looper, é que o filme dirigido por Steven Spielberg é baseado no romance de mesmo nome publicado por Michael Morpurgo, que tem como fundo a Primeira Guerra Mundial. Entretanto, os personagens retratados e a suas respectivas histórias compreendem ficção.
Uma inspiração verdadeira para a história, entretanto, surgiu em 1976, quando Morpurgo e sua esposa inauguraram a Farms for City Children, uma instituição de caridade que proporciona a experiência de uma rotina rural.
Foi assim que o escritor conheceu um garotinho chamado Billy, que tinha a gagueira como obstáculo. Em determinado momento, ele se deparou com o menino conversando com um cavalo nos estábulos.
Foi assim que presenciou um momento 'mágico'. "Ele começou a falar", explicou o escritor ao New York Times em 2011. "Ele estava conversando com o cavalo, e sua voz fluía. Foi simplesmente desbloqueado. E enquanto eu ouvia o garoto contando ao cavalo tudo o que ele havia feito na fazenda naquele dia, de repente tive a ideia de que é claro que o cavalo não entendia cada palavra, mas que sabia que era importante para ele ficar de pé e permanecer no lugar pela criança. Esse se tornou o papel de Joey em Cavalo de Guerra – tanto observador e testemunha quanto protagonista".
Além disso, o autor também conheceu veteranos da Primeira Guerra, que descreveram suas intensas experiências durante o conflito. Inclusive, esses combatentes são mencionados na dedicatória do livro.
Também vale ressaltar que os cavalos se tornaram as vítimas esquecidas da Primeira Guerra. Pelo menos 8 milhões de cavalos acabaram dizimados como resultado do conflito.
Enquanto os exércitos da França contaram com cerca de 1,5 milhão ou 1,8 milhão de cavalos, a Inglaterra colocou em campo 1,2 milhões. Já a Alemanha, 1 milhão. Outras nações, estimam historiadores, tinham 4 milhões de equinos.
"A Primeira Guerra foi um conflito equestre", disse a historiadora Gene Tempest, como repercutido pela SuperInteressante. “A força dos animais tornou-se possível a vida e os combates diários. Eles foram os principais motores da guerra.”
Com um destino cruel, 80% dos cavalos da França, por exemplo, foram mortos em batalha. Enquanto 35% eram abatidos por balas, a maioria falecia de fome e cansaço. Outros também eram sacrificados ou deixados de lado durante extensas travessias.
Os que sobreviveram acabaram vendidos para os fazendeiros que tentavam voltar a normalidade após o conflito. Os relatos mostravam a realidade dos cavalos que sobreviveram ao conflito de proporções mundiais: fracos, magros e cansados. Como resultado, não conseguiam ajudar nas plantações.