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Retratos do Brasil Imperial

Dom João queria ¿civilizar¿ o Brasil, promovendo as artes e as ciências. Um dos principais empreendimentos nesse sentido foi a Missão Artística Francesa, em 1816.

Flávia Ribeiro Publicado em 01/03/2008, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Os mais belos registros do Brasil do início do século 19, suas paisagens, flora e fauna, seu povo e seus costumes, foram feitos por viajantes que vieram descobrir esta terra, até então inexplorada, depois que dom João abriu os portos. Alguns desses descobridores chegaram por conta própria. Outros, em missões artísticas ou científicas. Dom João queria “civilizar” o Brasil, promovendo as artes e as ciências. Um dos principais empreendimentos nesse sentido foi a Missão Artística Francesa, em 1816.

Liderada por Joaquim Lebreton, secretário de Belas-Artes do Instituto de França, a missão contava com artistas renomados como os pintores Jean-Baptiste Debret e Nicolas-Antoine Taunay, o escultor Auguste-Marie Taunay (irmão de Nicolas), o arquiteto Auguste Grandjean de Montigny e o gravador Simon Pradier, além de carpinteiros, serralheiros, ferreiros e mecânicos. O objetivo era formar a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios.

São de Debret (1768-1848) as pinturas mais conhecidas do Rio de Janeiro daquele tempo, da corte e seus personagens. O artista plástico viveu no Brasil por 15 anos até retornar à França em 1831 e lançar o livro Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil. Algumas dessas imagens estão reproduzidas nas páginas a seguir, assim como as do talentoso alemão Johann Moritz Rugendas (1802-1858), que chegou ao país em 1821 com a Expedição Langsdorff e aqui ficou até 1825. Rugendas publicou outra obra clássica, Viagem Pitoresca através do Brasil, repleta de belas paisagens brasileiras.

“O registro do dia-a-dia é o grande trunfo da obra de Debret. Ele retratou a cidade, seus hábitos, costumes, escravos, arquitetura. Já Rugendas faz um registro mais científico e é importante por retratar a natureza, a flora, a fauna e o interior”, diz Piedade Grinberg, mestre em História e Crítica da Arte e diretora do Solar Grandjean de Montigny/PUC-Rio, localizado na casa que o próprio arquiteto projetou e onde morou.

A Missão Artística Francesa e a Expedição Langsdorff não foram as únicas a explorar o Brasil nas primeiras décadas do século 19. Em 1817, a Missão Austríaca acompanhou a princesa Leopoldina da Áustria até o Rio de Janeiro, onde ela se casaria com dom Pedro I, filho mais velho de dom João. Vieram junto com ela o zoólogo Johann von Spix e o botânico Karl Philipp von Martius, que exploraram cerca de 10 mil quilômetros de nosso território. Suas andanças foram registradas em dois livros: Viagem pelo Brasil e Flora Brasiliensis, uma das mais importantes obras botânicas da história. Outro integrante da missão era o artista plástico Thomas Ender, autor de 796 pinturas reunidas no livro Viagens ao Brasil nas Aquarelas de Thomas Ender.

Saiba mais

Livro

O Brasil dos Viajantes, Ana Maria de Moraes Belluzo, Objetiva/Metalivros, 2000

Em três volumes, a autora apresenta e analisa obras de artistas-viajantes que passaram pelo Brasil do descobrimento até o fim do século 19, incluindo Jean-Baptiste Debret e Johann Moritz Rugendas.