Líderes do Khmer Vermelho vão a julgamento no Camboja
Duas figuras centrais do infame regime do Khmer Vermelho, que matou mais de um milhão de pessoas no Camboja, entre 1975 e 1979, foram presas e serão julgadas em um tribunal apoiado pelas Nações Unidas. Acusados formalmente de genocídio, o ex-ministro de Relações Exteriores Ieng Sary e sua mulher, Ieng Thirith, ex-responsável pela pasta de Assuntos Sociais, foram detidos na capital Phnom Penh.
O regime fundado e liderado por Pol Pot, morto em 1998, aboliu a religião, e fechou escolas para criar uma utópica sociedade agrária, reprimindo opositores com torturas e trabalho nas plantações de arroz. Promotores do tribunal afirmam que há evidências da participação de Ieng Sary em vários crimes, entre eles a criação e coordenação de campos de trabalho forçado e assassinatos. Como chefe da chancelaria, o então ministro também teria sido responsável por atrair cambojanos no exterior de volta ao país para a reconstrução da nação. Ao retornar, foram torturados e massacrados na ação de expurgo de intelectuais, alguns deles diplomatas do próprio gabinete de Sary.