Tesouro viking de 1.100 anos é descoberto durante escavações

Arqueólogos do Museu Arqueológico da Universidade de Stavanger descobriram um notável tesouro viking no município de Hjelmeland, na Noruega. A descoberta ocorreu durante escavações preparatórias para a construção de uma nova estrada rural e inclui quatro braceletes de prata, datados de mais de 1.100 anos.

A iniciativa das escavações surgiu quando o agricultor local Trn Sigve Schmidt solicitou ao museu que arqueólogos investigassem a rota planejada da estrada. Assim, os arqueólogos Mari Krogstad Samuelsen e Ola Tengesdal Lygre inicialmente confundiram o tesouro com fios de cobre torcidos, comuns em terras agrícolas.

No entanto, uma análise mais detalhada revelou que se tratava de fascinantes braceletes de prata. "Quando percebi que eram vários e não de cobre, mas sim de prata, soube que havíamos encontrado algo significativo", afirmou Lygre, conforme repercutido pelo Archaeology News. 

Segundo o arqueólogo e gerente do projeto Volker Demuth, essa é uma ocorrência rara. "Geralmente, objetos valiosos como esses são encontrados em campos arados, onde são deslocados de seu contexto original. Como esse tesouro de prata não foi movido, nos oferece novas perspectivas sobre a vida e a sociedade durante a Era Viking", explicou Demuth.

O tesouro

Os arqueólogos acreditam que os braceletes foram enterrados às pressas enquanto a fazenda estava sendo abandonada, possivelmente durante um ataque. Evidências de queimadas sugerem que a propriedade foi destruída pelo fogo na mesma época, durante um período conturbado na Noruega.

"Se os moradores dessa fazenda precisassem fugir de um ataque, faria sentido esconder seus bens valiosos antes de escapar para as montanhas", disse Demuth.

Supõe-se que o tesouro tenha origem estrangeira, pois, não havia minas de prata ativas na Noruega naquela época. Os vikings frequentemente adquiriam prata através de comércio, como presentes ou em expedições saqueadoras.

Esses braceletes têm uma notável semelhança com colares de prata encontrados na mesma região em 1769, sugerindo uma possível conexão entre as descobertas, embora a teoria ainda não tenha sido confirmada.

Teorias

Embora a razão exata para o enterro dos braceletes permaneça incerta, há especulações sobre possíveis ligações com costumes vikings onde itens valiosos eram enterrados para marcar território ou na crença de que poderiam ser recuperados na vida após a morte, conforme descrito na saga Heimskringla, uma coleção de sagas sobre os reis noruegueses. 

Os braceletes agora são analisados no Museu Arqueológico da Universidade de Stavanger, onde conservadores examinam cuidadosamente o solo em busca de vestígios orgânicos, como tecido ou couro, que possam ter envolvido o tesouro quando foi enterrado. O acervo será exibido no museu assim que os trabalhos de análise e conservação forem concluídos.

O Diretor do Museu, Ole Madsen, declarou: "Esta é uma descoberta absolutamente fantástica que nos proporciona um conhecimento único sobre uma das eras mais centrais da Noruega, nomeadamente a Era Viking."