Marcelo Campos constrói um ensaio com elementos fundamentais para compreender as obras da pintora
No subúrbio do bairro do Rocha, no Rio de Janeiro, a artista plástica Lucia Laguna, a partir da visão da janela que tem da cidade onde mora, elabora uma obra repleta de pinturas com referências da história da arte, através da figuração e da abstração.
Organizado em edição bilíngue pelos escritores: Marcelo Campos, Diane Lima e Luiz Antonio Simas ,o livro “Lucia Laguna" apresenta um panorama geral da carreira de Laguna, a partir da divisão de três textos inéditos que remetem às séries de pinturas da artista: “Paisagem e arquitetura”, “Jardim e mundo” e “Estúdio e janela”.
Em um dos capítulos apresentados no livro, “A travessia de mundos banis”, o curador e organizador do livro Marcelo Campos constrói um ensaio no qual articula diversos elementos fundamentais para compreender a obra da pintora: a observação do cotidiano, a influência da geografia da cidade, o método, a disciplina e as referências à História da Arte.
“Aproximar-se desta obra de mais de uma centena de pinturas é, também, viver a cidade, buscar nos quintais as reflexões, e, de outro modo, assumir a mobilidade que retira qualquer recalque antes estimulado por uma comparação entre nacionalismo e internacionalismo, figuração e abstração”, relata Marcelo.
Já no texto “Em busca do Jardim de Laguna”, a escritora Diane Lima se debruça sobre a relação da artista com os grandes mestres da pintura assim como com seu próprio jardim, além de abordar seus procedimentos pictóricos.
Por fim, em “A artista de janelas abertas”, o escritor e historiador Luiz Antonio Simas descreve a origem do bairro do Rocha e a presente influência do subúrbio, visto pelas janelas do ateliê, nas obras de Lucia Laguna.
“O processo de criação de Laguna é, de certa forma, marcado pelo contato diário que a artista de janelas abertas tem com um cenário não planejado, ordenado apenas, paradoxalmente, pela desordem das formas incompletas, inusitadas, surpreendentes em suas miudezas e capazes de irritar urbanistas inquietos pela ilusão da coerência urbana”, diz Luiz Antonio Simas.
Sobre a artista
Nascida em 1941, Lucia Laguna trabalhou como professora de Português e Literatura até 1994, em São Francisco Xavier, mas sua mente e olhos vão e vêm. Após se aposentar, se matriculou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro. Quatro anos depois, realizava sua primeira exposição individual. Muito além de uma busca formal ou social, as telas de Laguna são sobre diálogos visuais, entre seus gestos e os dos assistentes.
Sobre o organizador
Curador-chefe do Museu de Arte do Rio (MAR),Marcelo Campos é carioca e vive e trabalha no Rio de Janeiro. Desde 2004 curou diversas exposições como À Nordeste (SESC 24 de Maio, 2019); O Rio do Samba (Museu de Arte do Rio, 2018); Orixás (Casa França Brasil, 2016) e Bispo do Rosário, um Canto, Dois Sertões (Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea, 2015). É doutor em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor do Departamento de Teoria e História da Arte do Instituto de Artes da UERJ e da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Campos é autor de Escultura contemporânea no Brasil: Reflexões em dez percursos (2016) e possui textos publicados sobre arte brasileira em inúmeros livros, catálogos e periódicos nacionais e internacionais.
A obra “Lucia Laguna", compilada por Marcelo Campos, foi lançada no dia 22 de fevereiro e já está disponível em formato físico no site da Amazon.
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