Admirador da arte, o milionário foi apagado da História pela própria família ao perder toda fortuna
Henry Cyril Paget, o quinto marquês de Anglesey, ficou conhecido pela sua extravagância e pelo seu carisma. Apaixonado pela arte, Paget investiu boa parte de sua fortuna na construção de um teatro luxuoso.
Em janeiro de 1898, Paget se casou com sua prima Lillian Chetwynd, no entanto, dois anos depois, a jovem pediu o divórcio, sob a alegação que o casamento supostamente não havia sido consumado. Em um primeiro momento o pedido foi aceito, mas a mando da Lady Anglesey, a anulação foi retirada. Portanto, Chetwynd e Paget passaram a viver afastados, embora legalmente fossem casados.
A crise no casamento deu a Paget maior autonomia para dedicar-se às artes cênicas. Pouco tempo depois, o marquês transformou a capela de sua família em um teatro com mais de 150 lugares. Ele contratou uma companhia teatral e disponibilizou, ainda, ingressos gratuitos a toda população.
Apreciador dos palcos, durante os intervalos das apresentações, o jovem excêntrico apresentava uma brilhante performance, sendo posteriormente conhecido como o Marquês Dançante. Apaixonado por brilho e itens extravagantes, Paget encomendou, ainda, roupas feitas de diamantes, que custavam milhões de libras.
Entre o verão e outono de 1904, Paget enfrentou o início dos processos de sua falência. Estima-se que na época as dívidas ultrapassam o valor de £ 560.000, o equivalente a £ 60 milhões em 2020.
A partir disso, durante 40 dias, os bens de Paget foram leiloados. Acredita-se que 900 lotes de ternos forrados de seda e casacos de pele foram vendidos. Para piorar a situação seus cães das raças poodle a collie também foram leiloados durante o evento.
Após falir completamente, o marquês mudou-se para a França se sustentando com um subsídio de 2.000 libras por ano. Pouco tempo depois, em 14 de março de 1905, Paget veio a falecer em decorrência de uma grave pneumonia. Nesta época o jovem de apenas 29 anos, morava em Monte Carlo.
Segundo os relatos da imprensa, quando o corpo de Paget chegou no Reino Unido, não havia nenhum familiar presente no funeral. Por ser filho único, o título de marquês foi herdado, posteriormente, pelo seu primo Charles Henry Alexander Paget.
Ainda no mesmo ano, o teatro de Paget foi destruído e no lugar a capela da família foi refeita. Após sua morte, seus parentes destruíram cartas, diários e documentos do quinto marquês, o apagando da história.
Embora não haja evidências concretas que comprovem que Paget tenha tido relações sexuais ou afetivas com outros homens, em 2017, o National Trust apresentou uma série de fotografias inéditas, a fim de, analisar a sua importância para a comunidade LGBTQI+.
Já a famosa e luxuosa tiara que Paget usava durante suas apresentações foi colocada à venda apenas 115 anos depois de sua trágica morte. Atualmente, esta relíquia é considerada um dos poucos registros de Paget, tornando-se um grande símbolo da história da arte.