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Matérias / Brasil

Em 1993, brasileiros foram às urnas votarem pela volta da monarquia

À época, plebiscito questionou se a população preferiria a manutenção da república ou o retorno da família imperial ao poder

Penélope Coelho Publicado em 23/09/2020, às 11h46 - Atualizado em 09/12/2022, às 08h54

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Montagem mostra Dom Pedro II e a bandeira do Brasil Império - TJ-MS e Domínio Público
Montagem mostra Dom Pedro II e a bandeira do Brasil Império - TJ-MS e Domínio Público

No ano de 1993, o Brasil viveria um momento peculiar em sua história. Na ocasião, o governo determinou a realização de um plebiscito para decidir se o país deveria ter uma forma de governo republicana ou monarquista, e, além disso, se o sistema de governo seria presidencialista ou parlamentarista.

Na época, a votação ganhou as páginas de jornais e revistas, se torando um dos assuntos mais comentados no país, já que o plebiscito gerou polêmicas ao apresentar ideias que os brasileiros não estavam acostumados. Sabe-se que a maioria dos eleitores votou a favor do regime republicano e do sistema presidencialista, mas o evento deu o que falar.

Quadro Proclamação da República do Brasil, de Benedito Calixto (1853-1927) / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

A ideia

Mais de 100 anos após a proclamação da república no país, o projeto de uma possível volta de um regime baseado na monarquia surgiu do deputado federal Antônio Henrique Bittencourt Cunha Bueno, que na época englobava o Partido Social Democrático de São Paulo.

Na ocasião, o político propôs a emenda que previa o direto a um plebiscito, a fim de dar ao povo a escolha de qual sistema de governo deveria ser utilizado no Brasil. Bueno defendia o reinado de Dom Pedro II, afirmando que jamais na história o país havia vivido um período de maior estabilidade.

Para garantir que o plebiscito fosse de fato acontecer, o movimento a favor da monarquia recolheu cerca de um milhão de assinaturas. Contudo, a decisão só veio alguns anos depois, após a confusão envolvendo o impeachment de Fernando Collor de Mello. Sendo assim, o então presidente, Itamar Franco, promulgou a lei número 8.624, e regulamentou a realização da votação em 21 de abril de 1993.

Fernando Collor e Itamar Franco / Crédito: U. Dettimar/ Agência Brasil via Wikimedia Commons

Resultados

Com o discurso de que iriam acabar de vez com a pobreza no Brasil, a campanha monárquica chegou a obter apoiadores em um momento em que o país passava por uma fase complicada em sua política.

De acordo com pesquisas realizadas na época, em 1992 cerca de 22% dos eleitores se mostravam a favor do sistema. Mesmo que as chances fossem consideradas baixas, os republicanos ficaram apreensivos.

Por isso, os partidos opositores PDT, o PT, o PFL, o PMDB e o PTB formaram um grupo chamado Frente Presidencialista, com o objetivo de fortalecerem sua campanha. Por outro lado, o PSDB formou a chamada Frente Parlamentarista.

No entanto, os resultados não causaram espanto: o regime republicano venceu com 66% dos votos e a vitória também veio para o presidencialismo com 55,4%. A monarquia, por sua vez, não teve chances. Apesar disso, o slogan da campanha se tornou um dos mais conhecidos da história do país, com a famosa frase: Vote no Rei.

Apesar de toda a propaganda gratuita em emissoras de televisão e rádio, além do burburinho que o plebiscito gerou, o comparecimento dos eleitores para a votação foi considerado baixo, com 74,3%, levando em consideração que o voto é obrigatório no Brasil.

Mesmo que as chances fossem poucas, na época, as inúmeras campanhas eleitorais chamaram a atenção para um cenário que há mais de 100 anos já estava quase em esquecimento, essa foi a primeira vez que a família real brasileira voltou à tona para falar com o povo desde que a república foi instalada no Brasil.


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