Foragida há quase 4 décadas, "viúva negra" brasileira é procurada até mesmo pela INTERPOL — organização de polícia internacional
Nas últimas semanas, um dos principais assuntos pelas redes sociais em todo o Brasil são os casos apresentados semanalmente no 'Linha Direta', programa jornalístico de cunho investigativo que apresenta alguns casos criminosos ainda inconcluídos no país. Apresentado pelo ilustre jornalista Pedro Bial, o episódio da última quinta-feira, 8, narrou a saga da "viúva negra" brasileira, foragida há quase 4 décadas.
A advogada gaúcha Heloísa Borba Gonçalves, que ficou mais conhecida como "viúva negra", hoje é foragida não só dentro do Brasil, como também está na mira da INTERPOL (Organização Internacional de Polícia Criminal).
O Linha Direta dessa semana traz um caso de crimes cometidos durante cinco décadas por Heloísa a viúva negra. #linhadiretapic.twitter.com/GsxUcI6j5c
— CITOU FUXICO 🗣️ (@citoufuxico) June 7, 2023
Segundo o UOL, em reportagem de 2011, ela é acusada de cometer quatro homicídios — envolvendo inclusive maridos, o que lhe deu a alcunha em referência à aranha —, além de outras duas tentativas de assassinato, bigamia e falsidade ideológica.
Desafiando todas as autoridades que tentaram localizá-la, a criminosa entrou para a lista oficial de procurados pela INTERPOL em 188 países em fevereiro de 2011, mas já era procurada desde o ano anterior.
Representantes da organização no Rio de Janeiro, também naquele ano, sugeriram que a "viúva negra" brasileira vivia nos Estados Unidos desde 1994, circulando entre Califórnia, Flórida, Nova York e Virgínia.
E a dificuldade em encontrá-la não se deve somente por sua translocação entre estados norte-americanos. Para não ser rastreada, ela teria utilizado pelo menos oito identidades, com alterações no sobrenome do então marido — o peruano Vicente Lopez Huaman — e o de outros três ex-companheiros.
Ela tem conseguido permanecer foragida em razão da utilização de oito nomes falsos, além de possuir considerável capacidade financeira e ter familiares morando no exterior", explicou o delegado Paulo Ricardo Oliveira, então representante da INTERPOL no Rio, em 2011.
Além disso, ele explicou também que toda a procura por Heloísa é "oriunda de um processo criminal pela acusação de homicídio contra um marido, porém há notícias de que esta teria atentado contra a vida de mais três pessoas, maridos ou companheiros."
A chamada "viúva negra" brasileira, Heloísa Borba Gonçalves, foi denunciada há quase 20 anos, em 2004, pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, acusada de ter se envolvido na morte de um de seus ex-maridos em 1992, o coronel Jorge Ribeiro.
Porém, o caso se fez mais complexo do que poderia, pois, eventualmente, ela não foi acusada de ter relação somente com essa morte: além desta, foi apontada como suspeita de se envolver no assassinato de outras três pessoas, além de duas tentativas.
Ao todo, como informado pelo UOL, a mulher casou-se quatro vezes até 2011, e tinha namorado outros três homens, tendo inclusive filhos e herdado bens ao longo dos anos.
Com a morte dos homens que se relacionou, teria herdado sete apartamentos em Copacabana, três no Leblon, duas casas no Jardim Botânico, três lojas e um apartamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, tudo com um valor estimado em R$ 20 milhões.
Sua condenação se deu em 2011, depois de ter faltado em cinco julgamentos no 1º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. Desde então, segue foragida da Justiça, mas nunca foi efetivamente capturada.