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Matérias / Brasil

Um crime, duas versões: 5 motivos para assistir os filmes sobre o caso von Richthofen

O site Aventuras na História já assistiu 'A Menina que Matou os Pais' e 'O Menino que Matou meus Pais' e listou o que as produções abordam sobre o crime que chocou o Brasil

Thiago Lincolins Publicado em 23/09/2021, às 15h08 - Atualizado em 25/09/2021, às 09h56

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Carla Diaz como Suzane - Galeria Distribuidora e Santa Rita Filmes
Carla Diaz como Suzane - Galeria Distribuidora e Santa Rita Filmes

Em 31 de outubro de 2002, as autoridades de São Paulo receberam um chamado em Campo Belo, bairro nobre da cidade. Local tradicional da capital, o cenário que encontraram na residência de uma família abastada era chocante.

Naquela noite, Marísia e Manfred von Richthofen foram assassinados a sangue frio enquanto dormiam. Era apenas o começo de um caso tomado por desdobramentos quase que inacreditáveis.

Crédito: Galeria Distribuidora e Santa Rita Filmes

O que ninguém esperava ao acompanhar as manchetes iniciais é que, o crime visto inicialmente como latrocínio, revelou o que autoridades suspeitavam: o casal foi morto pela própria filha, Suzane, com o apoio do namorado, Daniel Cravinhos e seu irmão, Christian.

19 anos depois, o caso volta à tona, contudo, não pelas tradicionais 'saidinhas' de Suzane de Tremembé, onde cumpre a condenação de 39 anos. Nesta sexta-feira, 24, brasileiros poderão assistir ‘A Menina que Matou os Pais’ e ‘O Menino que Matou meus Pais’.

Os filmes, que contam com a direção de Mauricio Eça, reproduzem os capítulos que resultaram no crime que escandalizou o Brasil.

O site Aventuras na História já assistiu as produções da Galeria Distribuidora e Santa Rita Filmes, e separou 5 motivos para você não deixar de conferir as obras cinematográficas no Prime Video.

Crédito: Galeria Distribuidora e Santa Rita Filmes

1. Depoimentos reais

Com a atriz Carla Diaz na pele de Suzane e Leonardo Bittencourt interpretando Daniel, os filmes têm roteiro da escritora e criminóloga Ilana Casoy e do escritor Raphael Montes. Juntos, se basearam no que foi dito pelos condenados pelo crime durante os julgamentos.

Os filmes, inclusive, contam com a reprodução destes momentos específicos e revelam episódios perturbadores que compreendem anos anteriores ao crime. Não só o ambiente tóxico onde Suzane vivia é relembrado, mas também os momentos intensos de seu relacionamento com o ex-namorado.


2. Duas versões

Relembrando um caso que até hoje assombra o Brasil, seria necessário fazer o público tirar as próprias conclusões. Assim, a história foi dividida em duas partes. Em ‘A Menina que Matou os Pais’, o filme se baseia na narrativa contada por Daniel, que faz com que Suzane seja totalmente responsabilizada pelo crime. Ele a descreve como uma jovem problemática e viciada em maconha. 

Crédito: Galeria Distribuidora e Santa Rita Filmes

Já em ‘O Menino que Matou meus Pais’, o público confere o testemunho de Suzane, que diz ter se enganado quanto aos verdadeiros sentimentos de Daniel. Ela dialoga que ele não matou por amor, mas sim por dinheiro. Os filmes não falham neste objetivo, contando com imagens impressionantes.


3. True crime

Nos últimos anos, brasileiros foram instigados por produções norte-americanas que trataram de crimes reais. Uma delas, 'Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal', hoje disponível na Netflix, foi alvo de elogios por parte dos brasileiros em 2019, contudo, muitos criticaram os filmes que tratam do caso von Richthofen antes mesmo do lançamento.

Daniel Bydlowski, cineasta e mestre pela University of Southern California, acredita em fatores específicos que levam a esta aversão.

"Acredito que existe muito preconceito do próprio brasileiro quanto às produções nacionais", disse ele com exclusividade ao site Aventuras na História, onde é roteirista. "Acontece muito isso com comédia, por exemplo, as pessoas insistem em parar em 1930 e acham que todo nacional é chanchada".

"É uma quebra de paradigmas, acredito que nas produções nacionais, e as séries estão cada vez mais mostrando isso, que o brasileiro tem sim seu espaço na indústria cinematográfica".

No entanto, o cineasta também chama atenção para o choque que o crime causou no país. "As tragédias mais perto de nós, sempre são as mais difíceis de bloquear".


4. O brilho de Carla Diaz

Dando vida a Suzane, a atriz chama atenção nos dois filmes. Dando um show de atuação, Carla mergulhou de cabeça no papel, principalmente nas cenas que a adrenalina toma conta do corpo da personagem.

Os dois filmes deixam claro que a atriz se encaixou perfeitamente na trama, algo que já era esperado desde começo.

Crédito: Galeria Distribuidora e Santa Rita Filmes

“Fiz um monólogo baseado nos autos do processo. Quando terminei, ficou o maior silêncio no estúdio e pensei: “Ih, tá uma merda”. No dia seguinte, o produtor e o diretor me disseram: “Tem que ser você, e correndo, as gravações vão começar”. Pela primeira vez, faço uma personagem baseada num caso real e que está viva”, disse ela durante entrevista ao Globo, em abril deste ano.

A artista também falou sobre a necessidade de se distanciar sobre o que pensava do ato de Suzane.

“Quando soube que a personagem era minha, tive que me distanciar do meu julgamento pessoal para conseguir interpretá-la sem fazer juízo de valor. Afinal, assim como todo mundo, fiquei muito chocada com o que ela fez. Como Suzane era, só quem a conheceu pode dizer. Me baseei nos roteiros, nas informações dos autos do processo, no que ela falou no tribunal. São duas Suzanes diferentes: uma que, na versão dela, divide a culpa com o namorado; a outra, que é culpada por ele. Não sei qual se aproxima mais da verdade”, explicou.


5. O que é verdade

Com filmes que retratam diferentes versões, os brasileiros se deparam com um conceito pouco explorado em produções nacionais.

Através de detalhes chocantes, que destoam entre os depoimentos dos condenados, o sentimento que fica é: o que é verdade, e o que é mentira?

Enquanto Daniel, por exemplo, relembra graves acusações que Suzane teria feito sobre a personalidade explosiva do pai, Suzane nem sequer as menciona em sua versão.

Definitivamente, ‘A Menina que Matou os Pais’ e ‘O Menino que Matou Meus pais’ são prato cheio para os amantes de filmes que retratam crimes reais.