Um dos mais renomados pintores da história, Van Gogh é bastante conhecido por seus autorretratos; confira!
Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 01/10/2023, às 18h00 - Atualizado em 24/01/2024, às 16h10
Hoje, é quase impossível encontrar alguém que nunca tenha, pelo menos, ouvido falar do nome de Vincent van Gogh. Reconhecido como um dos maiores pintores que já viveu, ele marcou uma grande revolução para o mundo da arte com suas obras, sendo algumas das mais conhecidas 'A Noite Estrelada' e 'Os Girassóis'.
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Entretanto, ao contrário de muitos outros artistas famosos anteriores a ele, van Gogh não ficou marcado somente por suas obras muito características, intensas e, ao mesmo tempo, delicadas. Isso porque é dito que, ao longo de seus breves 37 anos de vida, ele produziu pelo menos mil quadros.
Além das obras já mencionadas, alguns dos trabalhos mais conhecidos de van Gogh são justamente seus autorretratos. No plural, porque ele definitivamente não fez poucos, de maneira que é possível, ao observá-los, inclusive, acompanhar parte da intrigante história do artista neerlandês. Confira a seguir 5 curiosidades sobre os autorretratos de Vincent van Gogh:
Como já mencionado, uma curiosidade relevante sobre van Gogh é o volume de quadros que ele produziu ao longo de sua vida. Analisando apenas os autorretratos, o número também surpreende: de acordo com o site do Museu van Gogh, é sabida da existência de pelo menos 35 autorretratos do artista neerlandês.
"As pessoas dizem / e estou disposto a acreditar nisso / que é difícil conhecer a si mesmo / mas também não é fácil pintar-se", escreveu van Gogh em antigos registros.
Esse grande número de autorretratos feitos por van Gogh pode fazer algumas pessoas acreditarem que ele era um homem vaidoso. No entanto, a razão para ele ser seu próprio modelo se deve a outro fator: a falta de dinheiro.
A maioria dos autorretratos, cerca de 25, foi produzida enquanto ele estava em Paris, uma época em que tinha pouco dinheiro e por isso, como não conseguia modelos, pintava a si para praticar a pintura de pessoas. Inclusive, às vezes, ele chegava até mesmo a pintar atrás de outras obras, economizando também com as telas.
Uma característica possível de se reparar nos autorretratos de van Gogh, é que muitas vezes ele se retratava com uma feição séria e contida nas obras, como se estivesse sempre bastante concentrado. Ainda assim, é possível identificar traços de personalidade do artista em cada um dos quadros.
Um de seus últimos autorretratos, por exemplo, ele descreve como "bastante desleixado e triste / [...] algo como, digamos, a face da morte". Neste momento, já esgotado por sua doença, definitivamente ele se sentia exausto mental e fisicamente.
Por mais que van Gogh realmente fosse um homem doente — sofrendo de depressão e transtorno afetivo bipolar (TAB) —, ele não se retratava dessa forma a fim de despertar algum tipo de piedade naqueles que observarem suas obras.
Em vez disso, ele realmente enxergava o fazer artístico como algo que poderia curá-lo com o tempo: "Mantenho todas as boas esperanças", escreveu certa vez ao irmão, Theo.
Um dos eventos mais chocantes da vida do neerlandês, foi o fatídico dia 23 de dezembro de 1888, quando ele cortou fora a orelha esquerda em um estado de completa confusão mental. Esse acontecimento, no caso, acabou "registrado" em dois de seus autorretratos.
Embora van Gogh seja principalmente conhecido pelas suas diversas representações em autorretratos e de outros pintores, existe um registro em específico, raro, de um formato bastante diferente: uma fotografia.
Na imagem em questão, ele tinha somente 19 anos. Antigos relatos e registros contam que van Gogh tinha cabelos ruivos, olhos verdes e rosto anguloso; no entanto, a abstração da arte do neerlandês fazia com que ele parecesse diferente em cada obra.