Após eventos que modificaram sua forma de pensar, a mulher foi a primeira negra a ser executada nos EUA em décadas
Álcool, descaso e abandono. Essas foram algumas das palavras que Wanda Jean Allen mais escutou durante sua infância. Com sete irmãos, ela cresceu em uma casa pública, vivendo apenas da assistência que o Estado garantia.
Quando nasceu, a menina tonrou-se a segunda filha de dois jovens norte-americanos, em agosto de 1959. Mais tarde, quando outros seis irmãos vieram, o pai de todas aquelas crianças foi embora, deixando a mãe com enormes responsabilidades.
Esse e vários outros episódios da vida de Wanda fizeram com que sua cabeça se transformasse em um lugar confuso, onde o bem e o mal se confundiam. Foi assim que ela se tornou a primeira mulher negra a ser executada nos Estados Unidos desde 1954.
Solidão e tragédias
A sequência de desventuras na vida de Wanda começou quando ela tinha apenas 12 anos. Em um dia que parecia comum, a menina foi atropelada por um caminhão. Mas o tempo que ela ficou inconsciente não foi o suficiente para o destino.
Anos mais tarde, em uma tarde alucinante, Wanda foi esfaqueada em sua têmpora. O ataque fez com que o hemisfério esquerdo do cérebro da menina parasse de funcionar, deixando sequelas permanentes que prejudicaram sua compreensão.
Com o passar dos anos, então, Wanda perdeu a capacidade de se expressar de forma lógica e não mais analisava a relação entre causa e efeito. Da mesma forma, ela desenvolveu uma perda de controle intensa, principalmente em situações de estresse.
Fora dos trilhos
Em meados de 1981, quando já tinha 22 anos, Wanda passou a dividir um apartamento com sua ex-namorada, Dedra Pettus. Em junho daquele ano, um desentendimento entre as duas fez com que Allen perdesse a cabeça, atirando contra a companheira.
Naquela época, as jovens não estavam mais juntas e, segundo Wanda, ela estava sendo ameaçada pelo namorado de Dedra. Em legítima defesa, então, a garota atirou em sua ex-namorada, que também era uma amiga de infância, matando-a na hora.
Mais tarde, em seu testemunho, Wanda afirmou que teria disparado a arma a nove metros de distância de Dedra. Os exames, contudo, indicaram que o tiro foi dado à queima-roupa e, pelo assassinato, a jovem foi sentenciada a quatro anos de prisão.
Fugindo da solidão
Durante os dois anos em que ficou na cadeia — ela acabou sendo liberada na metade do tempo que sua sentença previa —, Wanda conheceu Gloria Jean Leathers. Sete anos depois, mesmo em um relacionamento turbulento, as duas passaram a viver juntas.
Na tarde do dia 2 de dezembro de 1988, todavia, as duas entraram em uma discussão dentro de um supermercado. A polícia foi chamada e, escoltadas por um oficial, as jovens voltaram para casa, apenas para que Gloria pegasse seus pertences.
Quinze minutos mais tarde, as companheiras foram até a delegacia de polícia para que Gloria preenchesse um boletim de ocorrência. Cercada por uma raiva sem tamanho, Wanda não conseguiu se conter e atirou contra sua namorada ali mesmo.
Um sorriso silencioso
Atingida no abdômen, Gloria morreu três dias depois, enquanto Wanda enfrentava um júri irreversível. Com um histórico de conduta violenta, seu tempo na cadeira e a arma do crime contra ela, a jovem sabia que não tinha muitas chances no tribunal.
Ao final do julgamento, apesar das tentativas de defesa, Wanda foi considerada culpada pelo assassinato em primeiro grau. Uma condenada à execução — sentença que não era emitida desde 1954 —, ela esperou 12 anos no corredor da morte.
No dia 11 de janeiro de 2001, então, quando Wanda já tinha 41 anos, a sentença foi colocada em prática. Presa no estado de Oklahoma, a mulher foi colocada em uma maca para que recebesse uma injeção letal. Ela dançava enquanto os oficiais faziam o trabalho.
Por trás de um vidro escurecido, as famílias das duas vítimas que Wanda matou esperavam por sua execução. Antes de morrer, a acusada mostrou a língua para os parentes de luto e sorriu para seu advogado. Às 21h21, ela foi declarada morta. No ano seguinte, o documentário A Execução de Wanda Jean contou sua história.
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