Em maio de 1997, um homem e uma máquina travaram uma grande disputa em um jogo de xadrez
No ano de 1997 o mundo observou boquiaberto o campeão russo de xadrez Gary Kasparov, até então considerado imbatível, perder um duelo para uma máquina: o supercomputador da IBM, Deep Blue.
A batalha, que se deu em Nova York, ficou então marcada na história como o dia em que o ser humano perdeu uma disputa lógica para a inteligência artificial. No entanto, a disputa não esteve livre de polêmicas.
No ano anterior, 1996, o Deep Blue e o russo Kasparov se enfrentaram pela primeira vez, no estado da Filadélfia. A princípio, Gary se assustou com a habilidade do supercomputador, que foi capaz de vencê-lo em uma primeira rodada, mas depois conseguiu contornar a situação e se sair vencedor, com um saldo de três vitórias, uma derrota e dois empates.
Entretanto, segundo uma matéria da Veja, o imbatível humano não teve a mesma sorte no encontro seguinte, o que fez com que ele chegasse a desconfiar que a IBM estaria trapaceando.
Era dia 11 de maio quando Kasparov e seu oponente realizaram o segundo duelo. Na ocasião, o Deep Blue já havia sofrido uma reprogramação, processo que foi acompanhado por um grupo de especialistas em xadrez. Ele estava, portanto, pronto para vencer o maior campeão na modalidade.
O primeiro match, vencido por Gary, pode até ter levado muitos a crerem que a vitória humana já estava decretada. No entanto, quando a partida já se aproximava do final, algo deixou Kasparov transtornado.
O que aconteceu foi que a máquina realizou uma jogada inesperada que, mais tarde, um pesquisador afirmou ter sido ocasionada por um bug.
De acordo com ele, como Deep Blue era incapaz de decidir entre tantas possibilidades processadas, teria começado a realizar movimentos imprevisíveis. Foi isso que fez com que o russo começasse a suspeitar de uma trapaça. Ainda assim, o enxadrista conseguiu vencer o primeiro jogo.
A segunda partida, contudo, foi extremamente disputada, e terminou com o russo abandonando a intensa disputa. No dia seguinte, ele chegou a declarar: ‘O que aconteceu ontem me trouxe à lembrança o gol de mão de Maradonacontra a Inglaterra na Copa do Mundo de 1986. Maradona disse que o gol fora feito pela mão de Deus’.
Mas, aconselhado por sua equipe, Kasparov voltou para uma terceira partida, que terminou em empate. Os dois jogos seguintes também tiveram o mesmo resultado, o que poderia indicar que a competição havia se tornado mais equilibrada.
Porém Gary continuou a apontar, cada vez mais convencido de sua fala, que mestres do xadrez estariam auxiliando o supercomputador em suas jogadas.
Tudo se tornava ainda mais suspeito para ele pelo fato de a máquina estar em uma sala sob segurança extremamente rigorosa.
Quando chegou à sexta e última partida, Gary permitiu que a máquina da IBM avançasse com um de seus cavalos para que, então, pudesse pegar a peça.
No entanto, rapidamente o jogo virou e Deep Blue acabou obrigando o enxadrista a desistir no 19º lance. Foi assim que a inteligência artificial venceu o campeão naquele dia histórico. Kasparov até chegou a pedir revanche, mas nunca a obteve.
Apesar de ter perdido para uma máquina, até os dias de hoje, o russo é considerado por muitos como o melhor jogador de xadrez de todos os tempos.
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