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Matérias / Egito

A tumba do sacerdote Wahtye, uma das maiores redescobertas do Egito

Apesar do local de descanso do egípcio possuir 4.400 mil anos de idade, seu interior estava incrivelmente preservado, impressionando arqueólogos

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 07/08/2021, às 09h00 - Atualizado em 28/04/2023, às 11h00

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A tumba de Wahtye - Divulgação/Youtube/Netflix
A tumba de Wahtye - Divulgação/Youtube/Netflix

Em dezembro do ano de 2018, a redescoberta de uma tumba egípcia surpreendeu especialistas. O local tinha seu interior ricamente decorado e, ainda por cima, estava em ótimas condições de preservação.

Naquele momento, o país divulgava uma redescoberta que fascinaria os assinantes da plataforma de streaming Netfix em 2020. Naquele ano, foi lançado o documentário chamado “Os Segredos de Saqqara”, que revela os bastidores da incrível novidade arqueológica. 

Segundo divulgado pelo Ministério das Antiguidades do Egito na época, o sepulcro foi datado em mais de 4 mil anos e estava localizado em Saqqara, perto do Cairo. 

Mais especificamente, os pesquisadores foram capazes de identificar que a sepultura pertencia ao período em que a chamada 5ª dinastia controlava o Império Egípcio, o que ocorreu entre 2.500 e 2.300 a.C. 

Já o governante que estava no poder no momento em que o túmulo fora fechado era o Faraó Neferirkare, que foi o terceiro membro dessa poderosa dinastia.

Alto escalão  

O corpo encontrado na tumba, por sua vez, pertencia a um sacerdote “de alta patente” chamado “Wahtye”. As paredes de dez metros de altura da câmara estão repletas de pinturas em alto relevo. 

Muitas mostram o egípcio com sua família: em algumas, ele está com sua esposa, Weret Ptah, e em outras, com sua mãe Merit Meen, de acordo com o que o National Geographic divulgou naquele ano. 

O sacerdote e sua esposa / Crédito: Divulgação/ Ministério de Antiguidades do Egito

"A cor está quase intacta, embora a tumba tenha quase 4.400 anos”, afirmou secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, Mostafa Waziri, durante uma coletiva de imprensa repercutida pelo veículo internacional. 

Outras pinturas retratavam atividades cotidianas da época, como caça, oferendas a deuses, navegação e produção de objetos de cerâmica. 

"O resto da decoração é feito de cenas destinadas a recriar magicamente o ambiente no outro mundo, em particular a produção de alimentos para sustentar os mortos por toda a eternidade, e seu recebimento de ofertas”, relatou Aidan Dodson, um egiptólogo da Universidade de Bristol, em entrevista ao National Geographic. 

Pinturas de cenas do cotidiano / Crédito: Divulgação/ Ministério de Antiguidades do Egito

As inúmeras estátuas presentes dentro da tumba também chamam atenção. 18 nichos maiores nas paredes são preenchidos por 24 esculturas também representando o homem religioso e seus familiares, enquanto 26 nichos menores e próximos ao chão contêm estatuetas do que parece ser um escriba. 

Ainda segundo Dodson, a quantidade de esculturas e sua grande variedade é um dado inusual a respeito da sepultura. 

Estátuas no interior da tumba / Crédito: Divulgação/Youtube/Netflix

A redescoberta foi empolgante não só pelos elementos que foram imediatamente revelados, mas também pelo fato de haver alguns poços lacrados dentro do local. 

Vale lembrar que o sítio arqueológico de Saqqara foi também cenário de outros achados valiosíssimos nos últimos anos, como a escavação de sete túmulos também em 2018, o que havia ocorrido apenas um mês antes da tumba do sacerdote ser encontrada. 

Em outubro de 2020, a Netflix chegou a criar um documentário em que faz um “tour” pelo local de descanso de Wahtye e ainda se aprofunda no que os especialistas sabem sobre a história de vida do egípcio. A produção é chamada “Os Segredos de Saqqara”.


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