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Matérias / Arqueologia

Relembre a fascinante restauração de uma adaga romana de 2.000 anos

Descoberta em abril de 2019, a adaga ornamentada chamou atenção por seu estado de conservação, indicando pertencer a figura de alto status romana

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 08/06/2024, às 11h00 - Atualizado em 10/06/2024, às 07h22

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Adaga romana descoberta em 2019 na Alemanha - Divulgação/LWL/Eugen Müsch
Adaga romana descoberta em 2019 na Alemanha - Divulgação/LWL/Eugen Müsch

O Império Romano foi um dos maiores que já existiu. Glorioso, foi fundado em 79 a.C. e ocupou uma enorme área que hoje conta com 49 países, conectando regiões que correspondem a partes da Europa, Ásia e África, dominando praticamente todo o Mediterrâneo. Logo, até mesmo países cujos idiomas não são de origem latina, como a Alemanha, foi romana no passado.

+ A impressionante adaga romana encontrada por um arqueólogo amador na Suíça

Assim, são instigantes até hoje as descobertas arqueológicas relacionadas aos antigos romanos até em regiões como a Alemanha. Em 2019, um estagiário de arqueologia do departamento de Westphalie, no estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália, fez uma descoberta bastante impressionante. Relembre abaixo!

Descoberta

Era abril de 2019 quando Nico Calman, de apenas 19 anos, estagiava em uma escavação arqueológica na cidade de Haltern am See. Ele realizou uma descoberta impressionante: uma adaga romana bastante enferrujada, ainda dentro de sua bainha, em um bloco de terra, sobre um túmulo.

Adaga romana no momento de sua descoberta / Crédito: Divulgação/LWL/Josef Mühlenbrock

Após análises, os pesquisadores descobriram que o objeto datava do período augustano (entre 27 a.C. e 14 d.C.). A região da descoberta, vale mencionar, abrigou uma base militar romana conhecida como "Hauptlager" no passado, conhecida desde 1900.

Embora a descoberta de uma adaga romana em bom estado de conservação já seja razão de celebração no mundo da arqueologia, o achado se mostraria ainda mais impressionante após sua restauração.

Revelação

Após nove meses em restauração, os arqueólogos descobriram uma lâmina ornamentada, medindo cerca de 33 centímetros, além de uma bela bainha com argolas, indicando que era usada presa ao cinto, conforme descrito pela revista Smithsonian

Um dos pesquisadores segura a adaga / Crédito: Divulgação/LWL/C. Steimer

"Ficamos sem palavras", contou a arqueóloga Bettina Tremmel, do Departamento de Preservação e Cuidado de Monumentos de Campo da Vestfália, da Alemanha, ao Live Science. "Embora milhares de soldados romanos estivessem abrigados em Haltern durante quase 15 anos ou mais, existem apenas algumas descobertas de armas, especialmente armas completas e intactas".

Achado único

A aparência da adaga, ornamentada, indica que aquele que a detinha possuía algum tipo de status. Porém, a lâmina não passava muito disso, sendo útil apenas a curta distância. Provavelmente, não teve muito uso em campo de batalha, mas era mantida como uma arma reserva, quando as espadas eram perdidas ou danificadas.

Ilustração representando a adaga presa ao cinto do soldado / Crédito: Divulgação/Elif Siebenpfeiffer

Mesmo assim, a descoberta se prova única, visto que "não era prática normal os soldados romanos serem enterrados com o seu equipamento militar", segundo Tremmel. A razão para isso ainda não foi descoberta pelos pesquisadores, mas ainda é razão para estudo.

Por fim, vale mencionar que hoje a adaga está exposta no museu de história romana de Haltern.