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Matérias / Bizarro

Ratos e moluscos: os cubanos que ficaram presos em uma ilha por 33 dias

Os três náufragos foram encontrados na última terça-feira, 09, em uma área deserta de Anguilla Cay, ao sudoeste das Bahamas

Pamela Malva Publicado em 13/02/2021, às 11h00

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Imagem meramente ilustrativa de ilha - Divulgação/Pixabay
Imagem meramente ilustrativa de ilha - Divulgação/Pixabay

Em meados do ano 2000, Tom Hanks protagonizou um dos maiores filmes de sua carreira. No longa “Náufrago”, o executivo da FedEx Chuck Noland se vê sozinho em uma ilha depois que seu avião cai no Oceano Pacífico durante uma tempestade.

No total, o protagonista passa quatro anos tentando sobreviver na ilha deserta e sua única companhia é a famosa bola Wilson. Em isolamento total, ele passa meses tentando descobrir como se alimentar e sonha em voltar para casa.

Aparentemente absurdo, o enredo do filme se repetiu recentemente, mesmo que em uma escala menor. Após 33 dias presos em uma ilha entre Cuba e as Bahamas, um grupo de três cubanos foi encontrado pelas autoridades na última terça-feira, 9.

No meio do mar

Na manhã daquele dia, Riley Beecher, um oficial da Guarda Costeira, patrulhava a área de Anguilla Cay quando viu algo que chamou sua atenção, segundo a BBC. Na hora, o agente decidiu se aproximar da cadeia de ilhas e o que encontrou foi surpreendente.

Lá em baixo, em terra, cercadas pelo enorme oceano, três pessoas acenavam para a aeronave dos oficiais. Com uma bandeira improvisada, eles pediam socorro através de movimentos frenéticos e bastante desesperados.

Na mesma hora, ao identificar a situação precária, os patrulheiros enviaram uma caixa cheia de suprimentos, com a ajuda de um paraquedas. Dentro dela, os náufragos ainda encontraram um rádio, por onde puderam se comunicar com os agentes.

Imagem dos três cubanos sozinhos na ilha / Crédito: Guarda Costeira dos EUA - 7º Distrito

Diálogo aliviado

Através do aparelho, os patrulheiros puderam trocar algumas palavras com os náufragos. Logo percebeu-se, no entanto, que a língua seria um obstáculo, já que os homens da Guarda Costeira falavam em inglês e os isolados respondiam em espanhol.

Para piorar a situação, o avião norte-americano não estava equipado para realizar um resgate imediato, já que se tratava de uma aeronave de patrulha. Assim, os agentes avisaram aos náufragos que voltariam o mais rápido possível para salvá-los.

A informação mais chocante veio logo em seguida. “Com meu espanhol improvisado, pude perceber que eles eram de Cuba e que precisavam de cuidados médicos”, narrou Beecher, de acordo com o UOL. “Eles deixaram claro que estavam na ilha há 33 dias."

Uma luz no fim do túnel

O resgate aconteceu apenas no dia seguinte, em 10 de fevereiro, quando a Guarda Costeira dos EUA conseguiu enviar um helicóptero até a ilha. Foi apenas nesse momento que os oficiais descobriram o que realmente aconteceu com os três cubanos.

De acordo com os próprios náufragos — que eram dois homens e uma mulher —, eles chegaram na ilha nadando, depois que o barco onde viajavam afundou. Sozinhos, sem água e sem comida, então, tiveram de encontrar uma forma de sobreviver.

Em vídeo postado no Twitter da Guarda Costeira, o tenente Ricardo Rodriguez explicou que os náufragos se alimentavam dos cocos presentes na ilha. No dia em que os cubanos foram encontrados, Ricardo pilotava o avião responsável pela identificação.

Imagens dos agentes da Guarda Costeira enviando mantimentos para os náufragos / Crédito: Guarda Costeira dos EUA

Enfim salvos

Mais tarde, logo depois do resgate, a imprensa norte-americana noticiou, segundo o UOL, que os náufragos ainda comiam os ratos e moluscos que capturavam na ilha. Durante os 33 dias, portanto, eles não tiveram uma fonte fixa de alimento ou de água.

"Nunca conheci alguém que ficou [preso] em algum lugar por tanto tempo", afirmou Justin Dougherty, um outro membro da Guarda Costeira. Por sorte, eles conseguiram chamar a atenção das autoridades e, assim, acabaram livres daquele pesadelo.

Uma vez resgatados, os cubanos foram levados até um hospital na Flórida e, assim, verificou-se que eles não tinham ferimentos graves. Com isso, as autoridades encaminharam os sobreviventes ao Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos, para que os três possam, enfim, voltar para casa.


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