Após um acidente com o barco, o pescador passou 438 dias à deriva em mar aberto, mas quando voltou a terra firme, muitos questionaram a veracidade de seu relato
O mar está repleto de surpresas. Mesmo que muitas pessoas tenham habilidade para lidar com os acasos que acontecem quando se está em um ambiente complicado para o ser humano, acidentes ainda acontecem nas águas agitadas, até mesmo com profissionais capacitados.
De fato, temos muitos exemplos de pessoas que acabaram sofrendo em situações muito difíceis devido a algum acidente que acometeu a estrutura de seus barcos. José Salvador Alvarenga Ayala foi um destes: o pescador ficou à deriva no Oceano Pacífico por mais de um ano.
1. O trajeto
José Salvador Alvarenga Ayala é um pescador salvadorenho imigrado para o México, que também é conhecido como La Chancha. Aos 37 anos, em 2012, ele saiu de Chiapas, no México, para pescar tubarões, prática muito comum na região, mas foi acometido por algo que não gostaria nem de imaginar.
O homem, no entanto, não estava sozinho no barco de fibra de vidro que utilizou para sua locomoção. Junto de Alvarenga, estava Ezequiel Córdoba, um jovem diarista de 22 anos que o acompanhava em suas pescarias. Mais tarde, isso também viraria uma grande polêmica para o pescador.
2. O problema
As águas da costa do México não estavam tão tranquilas assim no dia em que eles saíram à pesca. Uma forte tempestade fez com que o barco se perdesse, levando os dois homens ao mar aberto — coisa que eles não esperavam, nem estavam preparados. Na verdade, os ventos fizeram com que o motor da embarcação falhasse.
Mas além do defeito do motor, Alvarenga e Córdoba também estavam sofrendo com a falta de comunicação, pois seus aparelhos não estavam funcionando. Para piorar ainda mais, os dispositivos de localização também falharam e eles ficaram sem saber onde estavam. O último pedido de socorro foi um alerta de rádio ao empregador, solicitando ajuda.
3. A sobrevivência
Eles tiveram que tentar sobreviver às adversidades que vinham com ficar à deriva no violento mar aberto. Foi assim que, conforme o relato de La Chancha, eles começaram a se alimentar de tudo que estava disponível: pássaros e peixes, principalmente. Os exemplos dados foram tubarões e tartarugas.
Para a hidratação, eles coletavam água da chuva por meio de embalagens, além de beber a própria urina em alguns momentos. O sangue desses animais também era consumido pelos pescadores. Essa situação ficava cada vez mais complexa, visto que a esperança começou a exaurir especialmente de Córdoba. O mais velho, porém, mantinha-se fiel à expectativa de sobrevivência, sustentado pela sua fé cristã.
4. O fim da tragédia
Com o tempo, Córdoba passou a não querer comer mais os alimentos disponíveis, que eram carne crua de animais. Mesmo que o parceiro insistisse, ele afirmava ter nojo da situação, e, segundo conta Alvarenga, morreu quatro meses depois do acidente, por inanição. O sobrevivente não sabia o que fazer com o corpo, mas, depois de oito dias, acabou empurrando-o para o mar.
Um dia, porém, esse trajeto assustador chegou ao fim. Ele finalmente observou a terra firme em janeiro de 2014. Depois de cerca de 13 meses, La Chancha tinha chegado até Ebon, nas lhas Marshall. Da costa do México, percorreu 8.900 quilômetros até ao arquipélago da Oceania. Resgatado, estava anêmico e desidratado, mas os maiores traumas estavam em sua mente. O pescador ficou totalmente traumatizado, passando a ter insônia e medo de água.
5. As polêmicas
Depois da história traumática e catastrófica, Alvarenga passou a ser procurado pela mídia para contar como sobreviveu. Com o livro 438 Days: An Extraordinary True History of Survival at Sea (2015), no entanto, começou a ser alvo de inúmeras polêmicas. Muitos começaram a questionar a veracidade da versão do pescador.
Uma das maiores controversas foi a respeito do parceiro de pesca que teria morrido a bordo. A família de Córdoba acusou La Chancha de ter se alimentado do corpo do jovem, em um ato de canibalismo para a sobrevivência. Ele nega todas essas alegações. Um estudo foi realizado pelo pesquisador Claude Piantadoi, da Universidade de Duke, EUA, que concluiu que era plenamente possível que o homem tivesse sobrevivido às condições no mar com a alimentação que relatou.
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