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Matérias / Voo MH370

Quem era o piloto do voo MH370? Avião jamais foi encontrado

Zaharie Ahmad Shah, piloto do voo MH370, que desapareceu em 2014, foi alvo de teorias e acusações após a tragédia

Redação Publicado em 07/03/2023, às 12h00

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O piloto Zaharie Ahmad Shah, em sua casa, com seu simulador de voo - Divulgação/Youtube
O piloto Zaharie Ahmad Shah, em sua casa, com seu simulador de voo - Divulgação/Youtube

Zaharie Ahmad Shah tinha 52 anos quando pilotou pela última vez o voo MH370 da Malaysia Airlines, que saía de Kuala Lumpur, capital da Malásia, com seu destino em Pequim, na China. No dia 8 de março de 2014, o avião que Zaharie pilotava desapareceu no Oceano Índico e nunca mais foi encontrado.

Junto do piloto estavam outras 238 pessoas que continuam desaparecidas até hoje. Desde então, muitas teorias sobre a causa da tragédia foram formadas, tentando entender como um Boeing 777 poderia desaparecer. Entre as suspeitas das pessoas que estudaram o caso está a possibilidade de Zaharie ter intencionalmente feito o avião cair no oceano, em um ímpeto suicida.

Por outro lado, muitos discordam dessa teoria, e não é possível ter certeza sobre quase nada no caso do voo MH370. O que se sabe do piloto da Malaysia Airlines está em suas redes sociais e em seu histórico como profissional.

Quem era

Zaharie Ahmad Shah era um piloto de aviões malaio de 52 anos. Em sua vida privada, que podemos entender melhor vendo suas redes sociais, vemos que Shah era um entusiasta de aeromodelismo, de gastronomia e de engenharia, com vários vídeos de dicas sobre como consertar eletrodomésticos em seu canal pessoal no YouTube.

Ele também era ativo politicamente em suas redes, sendo um seguidor do político Anwar Ibrahim, que hoje em dia é o primeiro-ministro da Malásia e na época era membro da oposição.

Zaharie era um piloto experiente, com mais de 18 mil horas de voo, e tinha ao seu lado no dia do desaparecimento o copiloto Fariq Adbul Hamid, de 27 anos, que voava em um Boeing 777 pela sétima vez.

Uma das teorias sobre o desaparecimento do voo MH370 é a de que Zaharie era um extremista terrorista que sequestrou o avião por motivos políticos. No entanto, ele não mostrava simpatia por terroristas, pelo menos não em suas redes, onde, segundo a revista Exame, Shahcondenou as bombas na Maratona de Boston de 2013.

Especulações

Na época do acidente, uma reportagem do The New Zealand Herald afirmou ter apurado que a situação emocional de Zaharie na época do voo não era boa, já que ele estaria enfrentando problemas pessoais que estavam relacionados ao possível fim de seu casamento.

Foto de Zaharie Ahmad Shah, o piloto do voo MH370 - Divulgação/Facebook

Um suposto piloto próximo a Zaharie, que pediu ao jornal neozelandês para não ser identificado, teria dito que o comandante do voo MH370 teria lidado com uma difícil separação com sua esposa, que teria optado por abandoná-lo, e com um complicado relacionamento extraconjugal com outra mulher.

Segundo a BBC, enquanto investigavam o caso, autoridades da Malásia confirmaram que Zaharie recebeu uma ligação pouco antes de decolar de um celular que tinha um chip conseguido com a identidade falsa de uma mulher. Essa informação não é prova suficiente para afirmar uma ligação extraconjugal ou uma separação, já que o chip não consegue ser ligado a ninguém. Tudo não passa de boatos.

Defesa

Diversos amigos de Zaharie saíram em sua defesa depois das acusações de suicídio e assassinato, descrevendo-o como carinhoso e generoso.

O filho do piloto, chamado Ahmad Seth Zaharie, de 26 anos, ignorou toda a "especulação", em suas próprias palavras, sobre a responsabilidade de seu pai no desaparecimento do avião.

Eu conheço meu pai melhor do que todo mundo. [...] Talvez não fôssemos tão próximos porque ele viajava muito. Mas eu sei quem ele é de verdade", disse Ahmad ao jornal New Straits Times.

Um relatório investigativo da Malásia publicado em 2018 afirmou que não suspeita de Zaharie, que teve seu histórico profissional avaliado. Dois psiquiatras examinaram gravações do piloto antecedendo os eventos que levariam ao desaparecimento do voo MH370 e não identificaram nenhum sinal de estresse ou ansiedade no piloto.

Não se sabe nada ao certo sobre o caso, e a única maneira de ter informações mais claras sobre o desaparecimento do voo MH370 é encontrando os destroços no Oceano Índico, algo que a empresa norte-americana Ocean Infinity pretende realizar com o governo malaio.