Quando eleitos ao papado, as figuras religiosas abandonam o nome de batismo e passam a utilizar outro; entenda!
A Igreja Católica é uma instituição religiosa milenar, com seus hábitos e tradições muitas vezes provenientes desde tempos muito antigos, como a mudança de nome e a troca de papas apenas após a morte do anterior — como acontecerá agora, após a morte do papa Francisco, nesta segunda-feira, 21, aos 88 anos.
Tendo isso em mente, passa a fazer mais sentido perceber que os papas — líderes mundiais da Igreja Católica —, ao longo da história, tiveram e ainda têm o costume de abandonar seus nomes de batismo quando eleitos ao papado, visto que é um costume percebido em outras tradições.
Mas afinal, como e por que ocorre essa mudança? Para responder às questões, confira a seguir algumas curiosidades, informações históricas e costumes da Igreja Católica:
A princípio, é o próprio papa quem escolhe o nome que vai ser adotado durante seu pontificado — tempo que passará como líder da Igreja Católica. Com isso, o critério para a escolha do nome acaba se tornando bem amplo, mas nos últimos papados a escolha foi norteada por dois critérios principais: homenagens a apóstolos de Jesus ou a um papa anterior.
Por exemplo, o primeiro caso pode ser exemplificado pelo grande número de papas famosos com nomes como João, Paulo, ou até mesmo João Paulo. Além disso, também pode indicar a linha da administração: o polonês Karol Wojtyla adotou o nome João Paulo II, visando seguir a condução de seus antecessores — João XXIII, Paulo VI e João Paulo I —, que pregavam uma reforma cautelosa na estrutura da Igreja.
Já os nomes pensados em homenagear líderes religiosos anteriores são pautados especialmente em casos da Antiguidade e Idade Média, em muitos papas que tiveram um bom pontificado, mas utilizavam de seu nome de batismo — como Leão, Pio e Silvestre.
A tradição de se usar outro nome ao alcançar o posto de líder religioso da Igreja Católica, no entanto, se iniciou justamente no começo do que viria a se tornar uma das maiores instituições do mundo: de acordo com as escrituras, foi Jesus quem indicou o primeiro papa, um de seus apóstolos, o pescador Simão, que passou a ser chamado de Pedro. A escolha foi sob a alegação de que ele seria a pedra sobre a qual se ergueria a igreja.
Depois de Pedro, porém, uma longa sucessão de papas com o nome de batismo ficou no comando da Igreja Católica, mas só em 533 que uma homenagem foi feita novamente.
João II optou por não usar seu nome de batismo — Mercúrio, o deus romano do comércio e dos ladrões — para homenagear o papa João I e o apóstolo de Jesus, como informado pela Super Interessante.
Ao longo da história da Igreja Católica, alguns papas adotaram nomes que definitivamente iriam em contramão aos seus de batismo — ainda mais porque, com o tempo, a instituição se expandiu por todo o mundo, de forma que já houveram papas da Alemanha, Polônia, e o último deles, o papa Francisco — cujo nome de batismo é Jorge Mario Bergoglio, a via de curiosidade —, que era argentino.