Teóricos da conspiração acreditam que pode ser um OVNI, mas existe uma explicação simples; confira!
Ventura Salimbeni (1568 - 1613) foi um pintor italiano que participou da etapa final do Renascimento. Muitas de suas obras são de teor religioso, incluindo "A Glorificação da Eucaristia", um mural que decora uma parede na Igreja de São Pedro, localizada na cidade de Siena. A peça artística, terminada por ele em 1595, tem levado teóricos da conspiração à loucura nos últimos anos.
Isso, pois, a pintura inclui, acima das nuvens, entre as figuras que representam Deus, Jesus e o Espírito Santo (simbolizado pela pomba branca), um curioso objeto esférico que lembra um OVNI ou então um satélite artificial — muitos apontam sua semelhança, em particular, com as primeiras versões do Sputnik, que foi lançado ao espaço pela Rússia durante a Guerra Fria.
Qualquer que seja a vertente da teoria, no entanto, o que permanece constante é que o item parece deslocado em meio à representação da Santa Trindade, com os seguidores da conspiração argumentando que possui uma suposta aparência metálica muito moderna para estar em uma obra de arte de mais de 400 anos atrás.
Existe, no entanto, uma explicação muito mais realista para explicar o que Ventura Salimbeni — que, vale mencionar, viveu séculos antes da criação do Sputnik — estava de fato tentando retratar em seu mural.
O item de formato esférico entre Jesus e Deus na pintura seria, na verdade, uma "Esfera Celestial", que é um modelo astronômico antigo. Consiste numa esfera imaginária que engloba não apenas a Terra, mas também o Sol, a Lua e as estrelas visíveis em nosso céu noturno, segundo informado pelo Daily Star.
Embora não seja uma estrutura real que existe ao redor de nosso planeta, o conceito é útil, por exemplo, para aqueles que tentam aprender a posição dos corpos celestes a partir da perspectiva terrestre — sendo inclusive usada até hoje com esse fim.
Já as formas interpretadas erroneamente como "antenas" pelos teóricos da conspiração seriam cetros, isso é, artefatos cerimoniais usados por governantes do passado. No contexto da obra italiana, portanto, são símbolos da soberania das duas figuras que os seguram (o Pai e o Filho) em relação à humanidade contida dentro da Esfera Celestial.
Assim, esse detalhe curioso de "A Glorificação da Eucaristia" não é uma evidência de que Salimbeni era um viajante no tempo que decidiu incluir objetos futuristas em seu mural para confundir as pessoas da posteridade, e sim uma pintura religiosa comum do século 16.