O sumiço do avião da Malaysia Airlines aconteceu em 2014; relatório sobre o caso foi publicado em 2018 e trouxe teorias sobre o desaparecimento
Eduardo Lima, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 07/03/2023, às 22h00 - Atualizado em 08/03/2024, às 13h22
Em 30 de julho de 2018, investigadores da Malásia disponibilizaram um relatório de 495 páginas sobre o voo MH370 da companhia aérea Malaysia Airlines, que desapareceu no dia 8 de março de 2014, 10 anos atrás, enquanto realizava sua rota de Kuala Lumpur, a capital da Malásia, com destino final em Pequim, na China.
A investigação indica a possibilidade de o avião Boeing 777-200, que fazia o voo MH370, teria sido manipulado manualmente para se desviar da rota pré-programada, desaparecendo no Oceano Índico.
Apesar do relatório sugerir uma manipulação premeditada, 9 anos depois do acidente ainda não foram encontradas pistas que apontem para um responsável ou o autor do que talvez tenha sido um atentado.
Uma das principais teorias a respeito do desaparecimento é que tenha ocorrido um "evento de tripulação/hipóxia sem resposta". Hipóxia é uma condição onde não se chega oxigênio suficiente às células e tecidos do corpo, fazendo com que o piloto, Zaharie Ahmad Shah, e provavelmente a tripulação estivessem completamente inconscientes. Assim, o avião teria continuado no piloto automático até ficar sem combustível e cair no mar.
No entanto, o relatório de 2018 desafiou essa teoria oficial ao mostrar que o avião fez um retorno da rota, que não se dá por um sistema automático ou computadorizado. O investigador Kok Soo Chon deixou claro, de acordo com a revista Galileu, que o retorno só pode ser realizado de maneira manual.
Portanto, como houve um retorno de rota, o avião não poderia estar no piloto automático quando desapareceu. O relatório também elimina a possibilidade de erro computacional ou mecânico. Os investigadores disseram que não se pode descartar a ideia de uma interferência manual ilegal de terceiros, mas também explicam que não suspeitam de uma missão suicida por parte do comandante ou do primeiro oficial.
Os investigadores da Malásia verificaram os históricos do piloto e do primeiro oficial, e se mostraram satisfeitos com o que encontraram sobre o treinamento e a saúde mental de ambos, afirmando que não concordam com a ideia de que o acidente teria sido causado pelo piloto.
Dois psiquiatras chegaram a analisar gravações de áudio e imagens do comandante anteriores ao desaparecimento, e não encontraram nenhum sinal de estresse ou ansiedade. Todos os passageiros tiveram seus antecedentes checados, sem encontrar nenhum problema.
Apesar de ter 495 páginas e de descartar muitas das teorias dominantes sobre o assunto, o relatório não chegou a uma conclusão para o mistério do desaparecimento do voo MH370. O investigador Kok Soo Chon disse que a única maneira de realmente saber o que aconteceu com o voo é encontrando os destroços do avião, algo altamente improvável, visto que, em 9 anos, só encontraram três fragmentos de asas.
"Examinamos o piloto e o primeiro oficial e estamos bastante satisfeitos com o histórico, com treinamento e com a saúde mental deles", disse Kok. "Não somos da opinião de que poderia ter sido um evento cometido pelo piloto."
O voo MH370, que desapareceu em março de 2014, fez contato via satélite sete vezes durante as seis horas que o avião passou fora das telas do radar. A última localização gravada do voo é um ponto perto da costa australiana, na região sul do Oceano Índico.
O avião tinha quatro transmissores localizadores de emergência que serviriam para acionar sinais para ajudar a localizar o avião. Eles falharam sem ajudar na busca da aeronave, que levava 239 passageiros. Segundo o primeiro-ministro da Malásia à época do relatório, em 2018, Mahathir Mohamad, a busca pelo voo MH370 só será continuada se houverem novas evidências para auxiliar na investigação e na busca.