Presente nas crenças gregas, hindus, chinesas, maias e hebraicas, a enorme inundação apresenta mistérios até hoje
Em seus textos, tanto a Bíblia quanto o Corão dizem que foi no Monte Ararat, na Turquia, que a Arca de Noé encalhou ao fim do dilúvio que havia coberto os picos mais altos do mundo. Era lá que James Irwin estava em meados de 1982.
Na época, ele acreditava estar na missão de sua vida. 11 anos antes, James havia caminhado na Lua, como um membro da expedição Apollo 15. Em suas expedições no monte turco, o astronauta profissional e arqueólogo amador não achou nada.
Não que a falta de provas sobre o episódio bíblico tenha tenha dissuadido outros pesquisadores de procurar por indícios do acontecimento. Em 2011, por exemplo, Donald Mackenzie, um mestre de obras escocês, perdeu a vida atrás da mesma arca.
O topo do Everest ser coberto de água e todas as espécies terrestres caberem num barco não é uma hipótese levada a sério por historiadores contemporâneos.
Além disso, o dilúvio bíblico é possivelmente um plágio: já no século 17 a.C., os sumérios escreviam sobre os deuses tentando acabar com o mundo com chuvas, para um homem ser avisado por outro deus, construir um navio e sobreviver. Mitos semelhantes existiam entre gregos, hindus, chineses e até maias. Afinal, de onde veio isso?
Ao menos no caso dos povos do Oriente Próximo, há uma teoria relativamente firme. Em 1996, geofísicos da Columbia University (EUA) propuseram que, há 7.600 anos, o Mar Negro, até então um lago de água doce, foi invadido pelo Mar Mediterrâneo, cujo nível vinha subindo por mudanças climáticas.
Uma cachoeira 250 vezes mais potente que as cataratas do Iguaçu se formou, forçando os moradores a fugir. O episódio teria sido transmitido oralmente por milênios.
A teoria foi contestada por muitos geólogos, que acreditam que a subida tenha sido gradual. Uma compilação de estudos por um grupo de cientistas da Bulgária, em 2016, concluiu que a subida levou no máximo 40 anos. Nem tão gradual, nem tão legendária.