Conhecido como "Rei do Terror", o escritor Stephen King decidiu banir um livro que publicou em 1977 devido a controversas; entenda!
Conhecido como o “Rei do Terror”, Stephen King tem cativado leitores há décadas com suas narrativas arrepiantes. Desde a publicação de "Carrie", em 1974, construiu uma carreira prolífica, explorando tanto o horror sobrenatural quanto o suspense psicológico.
Entre seus inúmeros livros, um se tornou tão controverso que o próprio autor decidiu bani-lo. "Rage" ("Fúria", em tradução literal), publicado em 1977 sob o pseudônimo Richard Bachman, conta a história de Charlie Decker, um estudante do ensino médio que, após um surto de violência, mata sua professora e faz os colegas de classe reféns.
Ao longo da narrativa, outras pessoas morrem ou ficam gravemente feridas, enquanto alguns reféns desenvolvem a Síndrome de Estocolmo, demonstrando simpatia e até afeto pelo agressor.
Com o passar dos anos, "Rage" passou a ser inquietantemente associado a diversos tiroteios em escolas nos Estados Unidos, levantando preocupações sobre sua possível influência.
Em 1988, Jeffrey Lyne Cox, estudante do último ano da San Gabriel High School, na Califórnia, levou um rifle semiautomático para a escola e manteve uma sala de aula refém por mais de trinta minutos. Segundo relatos, Cox havia lido "Rage" várias vezes e se identificava profundamente com Charlie Decker.
Apenas um ano depois, outro incidente alarmante ocorreu no Kentucky. Dustin L. Pierce, aluno da Jackson County High School, entrou armado com uma espingarda e duas pistolas em uma sala de aula de história, mantendo os colegas reféns por nove horas em um confronto com a polícia. Posteriormente, as autoridades encontraram uma cópia de "Rage" entre seus pertences.
Em 1993, Scott Pennington, estudante de 17 anos, levou uma arma para a escola, matou sua professora de inglês, Deanna McDavid, e o zelador Marvin Hicks. Pennington havia recebido recentemente uma nota mediana em um ensaio sobre o livro de King.
Já em 1996, Barry Loukaitis, de 14 anos, matou dois colegas e sua professora de álgebra, Leona Caires. Durante o ataque, ele teria dito: "Isso é bem melhor do que álgebra, não é?", frase semelhante a uma linha de Charlie Decker.
Por fim, a associação mais amplamente divulgada ocorreu em 1997, quando Michael Carneal, de 14 anos, abriu fogo contra um grupo de estudantes que rezavam na Heath High School, em West Paducah, Kentucky.
Três jovens morreram e cinco ficaram feridos. Durante a investigação, uma cópia de "Rage" foi encontrada em seu armário, intensificando o escrutínio público sobre a obra e sua possível influência em atos de violência.
Essas tragédias perturbaram profundamenteKing, que expressou preocupação de que o livro pudesse servir como um "acelerador" para indivíduos suscetíveis. Após o massacre na Heath High School, o autor solicitou que "Rage" fosse descontinuado, decisão sobre a qual falou em diversas entrevistas e textos.
Segundo o Daily Express, em seu ensaio "Guns", publicado em 2013, ele refletiu sobre o impacto potencial da obra e sua responsabilidade como escritor. King argumentou que, embora "Rage" nunca tenha sido concebido para inspirar atos violentos, certas obras podem servir como catalisadores para indivíduos já predispostos.
Desde então, o livro tornou-se um item cobiçado por colecionadores. Cópias originais, especialmente edições de primeira tiragem, são vendidas por valores altíssimos no mercado de revenda.