O quadro do pintor norueguês possui uma inscrição oculta que, durante muitos anos, gerou controvérsias entre os especialistas
Datado de 1893, o quadro 'O Grito' é um dos mais conhecidos de toda a história da arte. Mas parece que seu autor, o pintor norueguês Edvard Munch, tentou passar uma mensagem aos admiradores de suas obras.
Durante mais de um século, não esteve claro entre os especialistas se a inscrição "Só poderia ter sido pintada por um louco!" havia sido feita por Munch ou não.
Mas eis que, passado tanto tempo, em fevereiro deste ano finalmente veio a confirmação: o próprio artista, de fato, a teria realizado. As informações são do site All That's Interesting.
“A escrita é, sem dúvida, do próprio Munch”, afirmou Mai Britt Guleng, curadora do Museu Nacional da Noruega. Mas para chegar a esta conclusão, foi necessário um longo processo de análise.
O primeiro desafio era compreender a mensagem inscrita sobre camadas de tinta, a partir de uma série de recursos, para só então averiguar se a caligrafia era do pintor.
“É muito difícil de interpretar”, disse Thierry Ford, conservador de pinturas do museu. “Através de um microscópio, você pode ver que as linhas do lápis estão fisicamente em cima da tinta e foram aplicadas depois que a pintura foi concluída".
Primeiro, a equipe tirou fotos infravermelhas do quadro, o que ajudou a enxergar melhor a inscrição. Depois os especialistas estudaram a caligrafia do artista por meio de seus diários e cartas ainda mantidos. No final, compararam a frase com os textos pessoais de Munch.
Confirmada a suspeita, logo nos perguntamos: qual seria o sentido de tal mensagem? E é justamente isso que a curadoria do museu buscou entender.
A verdade é que, por mais que 'O Grito' hoje seja um quadro consagrado, ele não foi muito bem aceito à época de sua primeira exposição em seu país natal.
Durante o período, Johan Scharffenberg, um estudante de medicina, afirmou que a obra era a prova clara de que Edvard “não estava bem de juízo.” Além disso, declarou que a pintura poderia ser um indício de que o artista era propenso a alucinações e que, por isso, deveria ser internado e proibido de pintar.
Também Henrik Grosch, um importante crítico de arte da época, realizou uma declaração semelhante. Para ele, o quadro era provava que as pessoas não deveriam considerar Munch como "um homem sério com um cérebro normal."
Tais declarações abalaram muito o pintor, que já temia a possibilidade de que, assim como acontecera com alguns de seus familiares próximos, pudesse ficar louco. Mais tarde, em 1908, o norueguês foi levado ao hospital devido a um colapso nervoso.
Para a equipe, ao que tudo indica, foi esse o motivo que levou Munch a realizar a curiosa inscrição em sua obra mais famosa.
Assim, a frase poderia ter um tom irônico ou mesmo "uma expressão de vulnerabilidade do artista", nas palavras de Guleng. “Ele poderia estar bêbado fazendo isso”, explicou a curadora.
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