A oxidação de componentes químicos presentes na tinta da obra e a exposição a luz podem silenciar o grito mais famoso da arte
Foi divulgada essa semana, pelo New York Times, uma informação que, desde 2012, vem secretamente abalado os cientistas em Oslo e Nova York: a famosa pintura O Grito, de Edvard Munch, esta se desvaecendo. Segundo análise feita com raios-X e microscópios de elétrons, o quadro fundador do expressionismo está perdendo as cores e pode deixar de existir.
Por mais que a perda de pigmentação da obra tenha sido constatada com antecedência, os cientistas vêm quebrado a cabeça sem encontrar uma solução que salve o quadro norueguês. Exames utilizando as tecnologias mais recentes de escaneamento estão ajudando a equipe do Museu Munch, em Oslo, a não somente saber o motivo da despigmentação, mas também como evitar maiores danos.
As conclusões iniciais das análises laboratoriais indicam que a fotossensibilidade, como a exposição a flashes fotográficos e a intensa e constante luz ambiente, contribuem diretamente para a despigmentação, visto que as partículas de luz, os fótons, carregam uma quantidade muito maior do que de outros raios, reagindo em conflito com os elétrons presentes na tinta do quadro.
Além da perda das cores, foram identificados cristais que se multiplicam graças a oxidação do sulfato e carbonato de cádmio, que coincidem com a composição das tintas amareladas usadas por Munch em suas obras. Caso não seja possível a recuperação apenas pela conservação, há uma possibilidade de realizar uma restauração digital, utilizando ingredientes semelhantes aos usados na pintura, porém com movimentos replicados com perfeição digitalmente.