Os níveis registrados em dois meses de 2017 foram os mais altos níveis registrados mesmo depois de desastres nucleares, como o de Fukushima
Análises de detectores de radiação feitas entre setembro e outubro de 2017 revelaram que a Europa foi atingida com níveis alarmantes de poluição radiativa, causadas por uma nuvem composta de partículas de ruténio-106. A grande surpresa, no entanto, foi a origem da massa, revelada após uma extensa pesquisa publicada no último dia 9.
Em artigo na Nature Communications, a nuvem radioativa surgiu como resquício de um reator nuclear civil na Região Econômica dos Urais, na Rússia, que centra a produção de ferro e aço no país. Apesar da nuvem ter sido levada para todos os cantos do continente, a maior preocupação era identificar qual foi o motivo da poluição na região e quais seriam os riscos para a vida humana.
Com a análise de isótopos, a pesquisa pôde identificar a alta quantidade de plutônio presente na massa, podendo compreender quais tipos de reatores poderiam produzir tal poluente em larga escala. A resposta foi atribuída ao reator VVER, um modelo popular na Europa oriental e utilizado no reprocessamento de combustível.
Apesar da identificação da origem da nuvem, as autoridades russas não fizeram questão de cooperar na investigação e não cederam dados para acrescentar a pesquisa, evitando reconhecer a responsabilidade. Tal postura levantou a hipótese de que a massa teve origem em uma base militar secreta, porém, foi negada por Thorsten Kleine, um dos autores do estudo.