Uma das séries favoritas dos assinantes da Netflix, o cancelamento abrupto de Mindhunter, focada em crimes, ainda intriga o público
"Mindhunter", disponível na Netflix, se destacou entre os assinantes da plataforma ao retratar o cotidiano dos agentes do FBI na década de 1970 enquanto criavam perfis psicológicos de serial killers que chocaram os EUA.
Com episódios eletrizantes, a série buscou analisá-los clinicamente, acompanhando o jovem agente Holden Ford (interpretado por Groff), seu parceiro experiente Bill Tench (McCallany) e a psicóloga Wendy Carr (Torv) em suas tentativas de compreender e categorizar esses criminosos para solucionar ou prevenir crimes futuros.
A primeira temporada, lançada em 2017, explorou a obsessão crescente de Holden pelos criminosos que estudava, levando-o eventualmente a um encontro perturbador com o assassino Ed Kemper (Cameron Britton).
Já a segunda temporada, disponibilizada em 2019, focou nos assassinatos de crianças em Atlanta entre 1979 e 1981, num caso conectado a história de Wayne Williams. Os episódios, que se tornariam os últimos, também apresentaram o criminoso David Berkowitz, conhecido como "Filho de Sam", e Paul Bateson.
No entanto, a série não teve a terceira temporada lançada, deixando fãs em dúvidas sobre o futuro da produção.
Durante muito tempo, a possibilidade de uma nova temporada era um mistério, no entanto, David Fincher, criador da produção, esclareceu ao jornal francês Le Journal du Dimanche o fim da série no ano passado.
Estou muito orgulhoso das duas primeiras temporadas. Mas é um programa muito caro e, aos olhos da Netflix, não atraímos público suficiente para justificar tal investimento [para a terceira temporada]", explicou Fincher.
Durante a entrevista, ele aproveitou para elogiar a parceria com a plataforma de streaming.
"Eles correram riscos para fazer o programa decolar, me deram os meios para fazer "Mank" do jeito que eu queria fazer e me permitiram aventurar-me por novos caminhos com "The Killer". É uma bênção poder trabalhar com pessoas que são capazes de ousadia", continuou ele.
Mas, antes da declaração, havia indícios de que a segunda temporada poderia ser a última de "Mindhunter", incluindo um anúncio no início de 2020 sobre a suspensão indefinida da série e a liberação dos atores principais Jonathan Groff, Holt McCallany e Anna Torv de seus contratos.
Em entrevista à Vulture naquele mesmo ano, Fincher sugeriu que o show estava provavelmente encerrado devido à falta de audiência e à natureza extenuante da produção.
"É uma semana de trabalho de 90 horas. Ela absorve tudo na sua vida. Quando terminei, eu estava bem exausto, e eu disse, 'Eu não sei se eu tenho condições agora para gravar a terceira temporada'", explicou Fincher. "Nós moramos lá [em Pittsburgh, onde a série foi filmada] por quase três anos. Não ano após ano, mas nós passamos provavelmente seis ou sete meses por ano ao longo de três anos. Nós tínhamos um apartamento lá, e um carro. Mindhunter foi muito para mim".
Na época, um porta-voz da Netflix afirmou que uma terceira temporada não estava em andamento, no entanto, não descartou a possibilidade. "Talvez em cinco anos", afirmou à Vulture. O prazo não acabou, no entanto, parece improvável que os fãs confiram novos episódios após a fala de Fincher.
Durante entrevista ao “Collider”, o diretor da série, Andrew Dominik, revelou que a terceira temporada apresentaria os detetives em Hollywood.
O que estavam preparando para a terceira temporada era uma ida deles [Holden e Bill] a Hollywood,” explicou Dominik.
Inclusive, os protagonistas teriam interações com figuras ilustres, como Jonathan Demme e Michael Mann.
"Um deles estaria conversando com Jonathan Demme [diretor de O Silêncio dos Inocentes], e o outro com Michael Mann [diretor de Caçador de Assassinos]. A trama seria sobre os perfis da dupla se tornando parte do contexto cultural da época, entrando na consciência do público. Essa era a temporada que todo mundo estava muito ansioso para fazer…", afirmou.
